quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Pra que serve o registro de pesquisa eleitoral no TSE?

Pra que serve o registro de pesquisa eleitoral no TSE? Pelo visto parece não servir pra nada.

Toda vez que pesquisas eleitorais são divulgadas, divulga-se junto o número sob o qual a tal pesquisa esta registrada no TSE. Esse numero dá assim um ar de lisura nas sondagens, sugerindo que aquilo foi auditado pelo TSE que, supostamente, pode impugnar a pesquisa caso esteja em desacordo com critérios preestabelecidos e logicamente  sua divulgação deve também  ser fiscalizada.

Só que não.

Vejam o que se lê no site do TSE ( aqui ): " salienta-se que a Justiça Eleitoral não realiza qualquer controle prévio sobre o resultado das pesquisas, tampouco gerencia ou cuida de sua divulgação, atuando conforme provocada por meio de representação."
 Quando vejo o TSE tão zeloso na criação de regras de campanhas eleitorais como por exemplo proibir distribuição de brindes ou showmícios, ou uma rigorosa observação de prazos, datas, tempos em TV etc, entendo que a legislação eleitoral quer dar oportunidades iguais a todos não permitindo que aqueles com maior poder econômico levem vantagem na disputa.  Tudo bem.

Mas e as pesquisas? Por que estas não são vistas como instrumentos que possam dar vantagem para este ou aquele candidato e influenciar o eleitorado? Pesquisas custam caro, são encomendadas sempre pelas mesmas pessoas jurídicas - a saber: Veja, Folha, Globo e Estadão - e podem sim ter seu modus operandi manipulado e sua divulgação feita de acordo com o desejo do freguês.

Digo isto por conta do que se pode perceber na confecção e divulgação da ultima pesquisa do IBOPE encomendada pela Globo e Estadão e por estes divulgadas no dia 26 passado.

De começo vejam que a publicação da pesquisa esta feita de duas formas diferentes pela mesma Globo ( aqui e aqui ), dando a entender que uma é separada da outra , porém ao que parece uma é subproduto da outra já que a pesquisa nacional esta colada na estadual e vice versa, ou seja, tudo junto e misturado.

Pergunta um: se é uma pesquisa nacional por que o destaque para apenas 5 estados?

Pergunta dois: por que no Estado de São Paulo com uma população muito maior que a de Pernambuco, foi entrevistada a mesma quantidade de eleitores: 1512? E nos demais estados quantidades diferentes?

Pergunta três: por que a margem de erro varia de 2 a 3 por cento de um Estado para outro?

Pergunta quatro: sendo apenas uma pesquisa estadual quais os critérios utilizados para escolher os Estados a serem pesquisados?

É verdade que pode haver alguma explicação técnica para tudo isso. E é verdade também que alguém pode dizer que se houvesse segundas intenções nestas publicações não seriam assim tão perceptíveis.

Mas enquanto eu escrevo isto a candidata Marina esta lá no Jornal Nacional explicando que o uso do tal avião fantasma usado para transporta-la e ao falecido candidato Eduardo Campos foi um empréstimo dos donos do jato  a ser pago no final da campanha e devidamente declarado na prestação de contas.

Mas vejam vocês: empréstimo não se paga. O que se paga são contratos, locações, vendas, leasings, etc.. Se vai ser pago tinha que estar na prestação prévia de contas.

Assim como no caso das pesquisas a resposta de Marina pode parecer transparente, satisfatória. Mas esconde sim equívocos e até mesmo um crime eleitoral.

E se eu, um pacato cidadão sem poder algum , consigo enxergar estas coisas, e partilho minhas duvidas com meus caros e raros leitores, por que o TSE com todo o poder que tem fica sentado esperando que alguém vá provoca-lo para esclarecer métodos de pesquisa e uso de jatinhos em campanha?





quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Bonner, um jornalista opinativo


montagem original do 247
O quiproquó blogosferico da semana ficou por conta da incapacidade de William Bonner de lidar com o contraditório a respeito das criticas sobre seu comportamento e da sua colega de bancada do JN, Patricia Poeta,  na segunda feira desta semana quando os dois entrevistaram Dilma Rousseff.

A diferença entre as criticas de internautas e de gente especializada no assunto com a defesa de Bonner, é que as criticas são baseadas em cálculos matemáticos a respeito do tempo das falas de cada um, das interrupções das respostas e do dedo em riste para a presidente. Tudo sempre prejudicial a Dilma. E a defesa de Bonner faz o famoso nivelamento por baixo, muito comum entre quem não tem argumentos, chamando aos insatisfeitos de corruptos, de robôs partidários, etc.

O que se vê em suas respostas é a sua confusão entre informar e opinar.

Talvez Bonner tenha se esquecido, se é que algum dia teve certeza, que espectadores de telejornais e leitores de jornais e revistas buscam primordialmente informação e não opinião.

Chamando a si mesmo de jornalista incisivo ele se auto atribui uma espécie de direito de dar golpes na entrevistada, parecendo muito mais um inquisidor em busca de alguma confissão do que um entrevistador querendo prestar algum serviço aos seus espectadores.

Bonner e seus colegas de profissão deveriam se esmerar em passar a informação da maneira mais isenta e mais próxima da verdade possível. Inclusive sem caras e bocas e sem tons fúnebres de voz.

Ao adotar esse caráter incisivo na entrevista o que ele fez foi pouco se lixar para o que pensa a entrevistada e passou a exibir o que ele pensa, ou quem o paga pensa, não economizando esforços para constrange-la de maneira premeditada com o inequívoco propósito de carimbar em Dilma um comportamento leniente com a corrupção, assunto que ele propositadamente manteve na entrevista em toda a primeira metade do tempo de apenas 15 minutos.

Quando Bonner ou seus colegas de profissão agem de forma a não permitir a divulgação da verdade, e verdade aqui é a opinião da candidata, ele comete um crime muito parecido com o estelionato em que o criminoso faz de tudo para dar um ar legal e normal às suas artimanhas com o descarado propósito de lesar o outro, e o outro aqui é o telespectador.

Sim sr Bonner o lesado maior aqui é o telespectador, o eleitor e por fim o país. Obrigado, por nada, por mais este desserviço ao Brasil.

Bonner ludibriou, dissimulou e impediu que os pensamentos de Dilma viessem a publico para que o publico possa tomar sua decisão livremente sem ser influenciado por sua opinião.

No que me diz respeito Bonner perde seu tempo, jamais vou comprar seu peixe.



domingo, 17 de agosto de 2014

Filhos: quem é que desistiu do Brasil?


Olhando para esta foto vemos filhos no velório do pai ou recrutas recém convocados para uma guerra? Os tão criticados punhos cerrados pelos colunistas empregados da mídia familiar, de Zé Dirceu e Genoino eram o que mesmo?
 
Para mim foi um espanto ver no velório de Eduardo Campos os filhos dele usando camisetas amarelas estampadas com a frase "não vamos desistir do Brasil".

Não posso cometer a ousadia, ou o desrespeito, de duvidar da dor sincera cravada no peito daqueles jovens por essa perda trágica do pai. Mas há que se notar que se misturou alhos com bugalhos.

O que poderia ser a oportunidade de uma manifestação de amor intimo, familiar, filial tornou-se uma exibição política.

Um contraste brutal e inconveniente com o vídeo realizado por estes mesmos jovens no ultimo dia dos país, no qual o projeto e a política de Campos sequer é citado.

Mas bastou morrer para que magicamente o ponto central de sua existência  passe a ser a política e não sua dedicação e amor paternos.

E já que é pra racionalizar estou tentando entender a frase das camisetas. A quem ela é dirigida?

Aos próprios filhos que tomados de alguma espécie de arrependimento tardio confessam ao pai que desistem das sua intenções de se mudarem pra Suíça?  Brincadeira minha.

Mas será que existem milhões de brasileiros arrumando as malas para irem embora do Brasil? Não me parece.

Muito menos tenho percebido a população desistindo de seus afazeres, seus compromissos, suas obrigações, o que equivale dizer que quando o conjunto da população cuida de suas coisas indica que o país continua funcionando, não vai parar e nem ninguém dele desistiu.

Resume-se que esta é apenas uma frase que, segundo alguns colunistas da direita raivosa e sem voto, pode significar a tentativa de convencer a parcela de eleitores que dizem que vão votar em branco ou anular seus votos a aderirem, agora, a campanha para Marina.

Se entre aqueles que praticam a política, os chamados políticos, nem sempre há espaço para a razão e o purismo, entre os eleitores que observam minimamente os lances da campanha, pode ser exatamente o contrário e o que as vezes pode ser chamado de pragmatismo político acaba tendo o nome de oportunismo.

Há uma pergunta para ser feita: Eduardo Campos gostaria disso? Já que agora seus auto denominados herdeiros políticos estão se pendurando em uma frase dita por ele no meio de sua campanha, é bom lembrar que ele abrigou Marina em seu partido talvez justamente para anula-la.

Não fosse assim Campos não teria aceitado de maneira tão passiva que Marina declarasse varias vezes que sua filiação ao PSB era temporária. Neste gesto ambos se diziam: fica na sua sua, que eu fico na minha. Como entender agora que esta é herdeira política daquele.

Essa esperança novamente acesa na oposição de que haverá segundo turno nas eleições pode na verdade resultar em um empate no segundo lugar  entre Aécio e Marina, aquele caindo nas intenções de voto e esta subindo mas não o suficiente para impedir um resultado definitivo favorável a Dilma, e causando assim o enterro - simbólico e sem frases de efeito - do PSDB  e fazendo Marina e sua REDE repensarem seu modo de fazer política, bastante dúbio até agora.

A morte de Campos não revela um Brasil que esta desistindo de si mesmo, antes pelo contrario pode revelar um Brasil avesso aos conchavos, contrario aos oportunismos e a uma mal disfarçada hipocrisia que parece querer reafirmar a desprezível pratica de que os fins justificam os meios. 

Deste Brasil eu não desisti.




sábado, 9 de agosto de 2014

A Republica de joelhos diante da midia

Desesperada por apoiar uma oposição que mais uma vez parece não ter chance de ganhar as eleições para o Planalto, a midia retoma o habito de criar factoides com vistas a alavancar as possibilidades de seus ungidos. 

E nesta semana que esta acabando veio aquela revista da qual não se diz o nome com um filmezinho grotesco gravado não se sabe como e nem por quem com o propósito de denunciar o que até os taxistas do ponto do Congresso Nacional sabem: convocados para depor em uma CPI  são, antes de comparecer ao interrogatório,  sabatinados e orientados sobre o que deverão responder.

E na sexta feira O Globo anunciou que dois de seus empregados - Miriam Leitão e Sardenberg - tiveram seus perfis no Wikipedia alterados com informações, digamos assim, pouco abonadoras aos ditos empregados. E como sinal dos fins dos tempos essas alterações teriam sido feitas em computadores do Palácio do Planalto.

Em ambos os casos a intenção da mídia é indiscutível: colocar Dilma no meio de fofocas, como se fosse uma reles difamadora, como se tivesse muito medo do embate político e tivesse que recorrer as expedientes toscos, infantis e nem um pouco eficazes.

Até parece que a Presidente não tem mais o que fazer e passa horas com seus auxiliares tramando bobagens ao invés de fazer o que faz de fato que é governar um pais com a complexidade que o Brasil tem.

Há que se entender que essas coisas saiam das salas dos editores dessas coisas chamadas órgãos de informação, dado que os empregados destes grandes veículos precisam manter seus empregos e, como se sabe, empregado que não agrada o patrão vai pra rua.

Mas o que é espantoso é representantes do topo da hierarquia da Republica virem a publico com caras consternadas dizendo que essas coisas precisam ser investigadas e atribuindo a elas adjetivos que não tem.

No caso da revista da qual não se diz o nome e seu filmezinho tosco veio o Presidente do Congresso, o Presidente do Congresso senhoras e senhores!, como que a valorizar a idiotice publicada em um veiculo que em sua maior parte só publica idiotices e dizer com cara muito séria que o episódio será investigado e coisa e tal. Este tipo de declaração dá valor, queira-se ou não, ao fato.

Já com relação aos empregados da Globo a coisa ficou muito pior. O próprio chefe do Gabinete da Republica apareceu dando adjetivos como gravíssimo  e abominável a alteração dos perfis. E como se não tivesse ficado suficientemente clara a submissão da Republica veio a Presidente da Republica dizer que isto é inadmissível.

Talvez sejam coisas que mereçam mesmo ser investigadas e que aqui e ali possam ser chamadas de abomináveis ou inadmissíveis. Mas essas coisas não precisam ser ditas por quem as disse. Poderiam enviar o Chefe de Informática, o Chefe da Segurança, sei lá se existem essas figuras, mas pessoas do terceiro ou quarto escalão a dizer que ok, essas coisas serão investigadas e os responsáveis punidos.

E daqui uma semana apresentar a cabeça do idiota que fez isso e coloca-lo na rua. Só isso.

O que não pode é a Presidente se dar ao desfrute de interromper seus afazeres pra se preocupar com neguinho que gosta de zuar na WEB. Falei? Fica dando lenha pros alucinados da oposição colocaram na fogueira.

Quando o escalão mais alto da Republica fica dando explicações para os devaneios e armadilhas plantadas pelos empregados da grande mídia, fica a impressão da submissão, ou do medo, ou da valorização de coisas que não devem ser valorizadas.

PS: e reparem neste link e vejam, a quantidade enorme de alterações em perfis da Wikipedia feitas no IP em questão. Perder tempo com alterações nos perfis dos empregados da Globo é dar asas as cobras.






terça-feira, 5 de agosto de 2014

Candidatos da oposição precisam explicar melhor

Costuma-se dizer que em período eleitoral vale tudo. Já faz parte do folclore candidatos fazerem promessas e mais promessas como que atendendo apenas a uma liturgia do processo e pouco interessa se são promessas possíveis de serem cumpridas.

Paralelo a isso tem as fotos. Já notaram que os risos para a pose das fotos estão cada vez menos espontâneos  e já beirando o cinismo? Ou histeria sei lá. Qual o objetivo concreto destes risos? Alguém já explicou? Já passou da hora de os marqueteiros orientarem seus clientes-candidatos que basta posarem com uma expressão normal, comum. Não precisa arreganhar os dentes e mostrar um riso totalmente fora de hora e de lugar. O que é que vocês meus caros e raros leitores e leitoras pensam de pessoas que vivem rindo? As vezes uma cara séria traz mais resultados que um riso idiota.

Mas voltemos as promessas e lembro que dias atrás tanto Aécio quanto Campos estiveram em uma espécie de sabatina na CNI e prometeram, os dois de maneira idêntica, que vão começar a agir ( trabalhar?) já no dia da posse. Wonderful. Alguém poderia dizer a estes dois que sim ! é de se esperar que um presidente trabalhe do primeiro ao ultimo dia de seu mandato - e mesmo de férias um cargo destes não permite descanso? . Ou será que imaginam que nós aqui deste lado vamos compreender que no primeiro dia será apenas o rega-bofe, no segundo a cura da ressaca, no terceiro saber em que sala vai trabalhar, no quarto tomar pé das coisas, no quinto reunir-se com auxiliares, no sexto descansar por que ninguém de ferro.....?

Agora vejamos uma das promessas de Campos. Diz ele que vai implantar período integral  nas escolas de ensino do primeiro grau, e também implantará o passe livre para todos os estudantes. A conta pra isso gira em torno dos 125 bilhões de reais segundo ele mesmo.

Em que pese Eduardo Campos não explicar como vai arranjar essa verba - na cabeça dele parece que o governo tem um espécie de cheque especial e que basta ir gastando e depois da um jeito de pagar. Ou talvez ele pense, e isso seria um desastre, que o Presidente da Republica tem a chave da sala da impressora da Casa da Moeda. Vai ver que ele desconhece uma coisa chamada LEI DAS DIRETRIZES ORÇAMENTARIAS. Mas deixemos isso de lado.

Há que pensar que as escolas publicas de hoje - a grande maioria - tem dois turnos, um de manhã e um de tarde. Há que se pensar também que os dois turnos ocupam, cada um por sua vez, a capacidade máxima de alunos da escola. Pergunta-se: como Campos vai juntar por exemplo 250 alunos do período da manhã com mais os 250 da tarde e colocar os 500 ocupando o mesmo espaço?

E segue outra pergunta: os alunos passarão o dia dentro da sala de aula? Não deve ser recomendável e nem produtivo. Pensar-se-á ( arrg desculpem ) em atividades, mesmo que educativas, que fujam do currículo tradicional da matemática-português-história-geografia. Coisas como esportes - vários -. musica, teatro, dança, informática, fotografia, etc.. Já existem instalações físicas pra isso? Já existem materiais e equipamentos para isso?

Mais uma pergunta: e os professores, treinadores, coordenadores, orientadores e tudo o mais para estas atividades? Existem em quantidade suficiente no mercado?

Quanto tempo demoraria a adaptação dos prédios, a compra de materiais e equipamentos e a contratação de profissionais para um trabalho desta envergadura? Eduardo não diz.

Saiamos de Campos e voemos ( sem trocadilhos, por favor ) para Aécio. O senador mineiro encarnou na redução da quantidade de Ministérios e na reforma tributaria. Wonderful again. Porém, em relação aos Ministérios que ele diz que vai reduzir, uma boa parte deles existe por conta de uma realidade que está mais que escancarada na nossa política desde que inventaram as coligações: acontece sim, queiramos ou não, um loteamento dos ministérios para os partidos que ajudaram a eleger o presidente. Negociam- se Ministérios como se negocia tempo na TV. É fato.

A não ser que Aécio pense que é um Collor - que achou que poderia governar o pais sem fazer política e deu no que deu - ele precisa lembrar que ele concorrerá com uma coligação e, se eleito, vai ter que pagar a fatura do apoio. A redução de Ministérios poderá vir a ser uma realidade algum dia se ANTES houver uma reforma política. Sem isso não há jeito. Não vejo em seu discurso nenhum encaminhamento de proposta para essa reforma. Claro isso não dá votos entre seus correligionários e nem conquista a confiança deles.

E, convenhamos, nesta historia de reduzir Ministérios, se ela acontecer, vai ser apenas uma redução de Ministros, pois as estruturas e funcionários de cada um serão realocados para outras áreas. O máximo que Aécio conseguiria era reduzir a conta do cafezinho nas reunião gerais com a Presidência. 

Quanto a reforma tributaria antes ele vai precisar combinar com prefeitos e governadores. Sabidamente uma grande parcela dos impostos brasileiros pertence aos Estados (ICMS) e Prefeituras (ISS) Será que ele vai ter cacife político pra isso? Olha aí a tal da política outra vez. Aécio deve estar esquecendo a "guerra" da redução das tarifas de energia elétrica na qual os governos do PSDB foram os principais protagonistas contrários às reduções propostas pelo governo federal. Se Aécio esta propondo uma reforma tributaria apenas em tributos federais, é melhor ele mudar de assunto, que isso não vai dar em nada. A fatura da redução de impostos precisa ser dividida por todos.

Então é isso. De maneira simples e modesta espero ter contribuído para demonstrar que promessas de palanque e risos em fotos nem sempre são soluções concretas.

domingo, 3 de agosto de 2014

Rede Globo de Futebol Ltda

A Folha de São Paulo publicou no dia 01/08 a informação de que a Rede Globo convocou ( a palavra publicada na noticia é esta mesma: convocou ) 20 clubes que disputam a serie A, inclusive a CBF, de futebol para reuniões nas próximas semanas a fim de discutir o futuro do futebol nacional. (aqui)

E segue a noticia dizendo que o objetivo das reuniões é tratar de assuntos de futebol que vão de A até Z, ou seja, desde o treinamento de atletas de base, passando por calendários dos jogos até a gestão financeira dos clubes.

A noticia é assombrosa. Como se sabe a autoridade máxima, formal, do futebol no Brasil é a CBF e, é claro, dela é que se deve esperar a administração do esporte via clubes.

Eis que então surge a Globo e atropela a ordem natural das coisas e  impõe, ela mesma, como a detentora das decisões a respeito do esporte solapando a autonomia e o poder da CBF e dos dirigentes de clubes que tratam, mesmo que de maneira desastrosa, de assuntos de futebol.

Dada sua força econômica e financeira a Globo vem impondo a sociedade um poder ilegal, uma vez que nunca lhe foi atribuído nada, poder esse que se expressou ainda nesta semana quando o governador Geraldo Alckmin cedeu horários de funcionários, trens e metros para atender interesses da Globo nos horários de jogos.

Dentre esta e muitas outras ocorrências no mundo do futebol, sabe-se também de suas visitas inoportunas na concentração de nossa seleção no ultimo Mundial, e quem sabe uma parcela dos vexatórios 7X1 são devidos a essas importunações.

Verdade seja dita. A Globo pode estar ocupando um espaço que os organismos de esporte do Estado  não querem ocupar meramente por mimimis políticos. 

Ainda no final da Copa do Mundo, que vai ficar como uma triste lembrança para a seleção nacional, Dilma bem que tentou articular algo para encaminhar o Brasil para novos rumos futebolísticos mas foi acusada pela oposição de estar criando a Futebras, acusação apoiada pela mídia. E agora nem governo e nem oposição se mexem para impedir a ingerência da Globo. Normal.

Mas isto pode ser o de menos. Preocupa o que pode vir por aí.

Com esta pretensão de fachada de "discutir" o futebol brasileiro a Globo talvez imponha sua administração ao que ainda resta do festejado e mundialmente admirado futebol brasileiro e vai acabar transformando o futebol numa coisa plástica e burocrática. 

A Globo já transformou as escolas de samba do Rio e São Paulo numa coisa pasteurizada e enfadonha, zerando completamente o apelo popular do Carnaval destas cidades.

Homogeneizou  a musica sertaneja acabando com a imagem do nosso caipira e transformando as duplas sertanejas em "cowboys" com caras, roupas e musicas sem nenhuma identidade brasileira.

Aguarde-se agora as decisões dos campeonatos de futebol em uma espécie de BBBs nos vestiários em que vencerá o time cujos jogadores tenham os cortes de cabelo mais bizarros.

Ou os jogos de futebol em estádios transformados em imensos programas de auditórios animados por Lucianos e Faustões tendo os jogadores como "ajudantes de palco".

E viva o pensamento único. E viva o pensamento da Globo.