quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A falta d´agua, as ciclovias e a cidadania seletiva

Dois assuntos que dizem respeito diretamente ao cotidiano dos moradores da cidade de São Paulo estão recebendo tratamentos diferentes: o primeiro é a falta d´agua e o segundo a implantação de ciclovias em várias regiões da cidade. 

Os debates sobre os dois devem, ou deveriam, ter a mesma abordagem que é a de que convivência em uma cidade das proporções de São Paulo exige de cada um a compreensão de que os atos dos indivíduos interferem no coletivo e vice-versa ou, falando mais claramente há que se ter presente que pouco se tem de individualismo no cotidiano de uma metrópole como esta.

Este senso do coletivo, ou da ausência do individualismo, fica muito claro no debate sobre a falta de água. É bem comum ouvir de todas as pessoas que é preciso economizar água pois existe a sensação de um eminente e incontornável racionamento. E isto é louvável. A cultura da economia em qualquer consumo é justa e necessária. 

Porém nem de longe as pessoas que eu escuto criticam o poder publico e sua falta de previdência em construir a infra estrutura necessária para atender o consumo sempre crescente (inercialmente) da água e que é, além disso,  sempre pontuado de períodos de estiagem.

A população em geral já assumiu a responsabilidade no abastecimento de água e já aceita com aparente resignação o racionamento que mais dia menos dia há de chegar. O que revela cidadania e solidariedade.

O oposto acontece com o debate sobre as ciclovias. Deitando-se o mesmo olhar da coletividade sobre a cidade percebe-se que o uso do automóvel particular para locomoção já deixou de ser há muito tempo a solução de mobilidade.

O automóvel além de poluir ar e fazer barulho, custar dinheiro para sua manutenção, é quase uma arma de guerra a matar e mutilar milhares de pessoas todos os anos. Acrescente-se que congestiona as ruas, exige uma infra estrutura gigante (conservação de ruas e avenidas, sinalização, fiscalização, etc) para permitir a circulação dos dito cujos. E é diante disto que uma das proposta da atual administração é estimular o uso de bicicletas como instrumento importante de transporte.

 Entre as ultimas administrações publicas desta cidade pouco ou nada se fez em favor do transporte coletivo, estimulando o uso do automóvel particular. E é este entendimento de que o automóvel particular  é o melhor meio de transporte que fez o paulistano esquecer do coletivo e pensar apenas no individual. 

É o que se vê nos protestos de muitas pessoas contrárias às ciclovias pois sentem-se incomodadas na sua individualidade para estacionar onde querem, ou circularem nas ruas que antes dominavam com seus carros.

Diferentemente portanto do pensamento de que a falta de água é um transtorno a ser evitado ou minimizado por todos, a alternativa de um transporte mais barato, menos poluidor e que provoca menos congestionamentos não desperta a mesma solidariedade.

Por que será?

A resposta pode estar em argumentos usados pelos contrários das ciclovias que citam a cor vermelha com que são pintadas as ciclovias uma mensagem subliminar do PT, partido que governa o município. Argumentos obtusos como esse somam-se aos de que o prefeito deve antes de implantar as tais ciclovias consultar se os usuários de automóveis estão de acordo, como se a cada ação do prefeito ele devesse antes consultar  população  e assim ele passaria todos os seus dias em meio a debates sem fazer mais nada.

Já o abastecimento de água que esta sob responsabilidade do governo estadual que, estranha coincidência, é do PSDB o que se vê é uma corrente totalmente a favor de rezar, torcer e economizar para que essa crise passe logo.

O ódio disseminado contra o PT resultou nisso: não importam mais a busca de soluções para diminuir os problemas da cidade. Importa apenas é saber de onde vem a solução para  os perrengues: se forem do PT um abraço. Se forem do PSDB ok vamos contornar isso.

PT e PSDB passarão mas a cidade ficará. E se não tomarmos cuidado agora, no futuro sequer conseguiremos tirar nossos carros das garagens dado que os congestionamentos já estarão em nossas portas e não nos restará outra coisa senão voltarmos pra dentro de casa e, pra aliviar a tensão, tomarmos um bom banho de água mineral. Da Nestlé.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Pra que serve o registro de pesquisa eleitoral no TSE?

Pra que serve o registro de pesquisa eleitoral no TSE? Pelo visto parece não servir pra nada.

Toda vez que pesquisas eleitorais são divulgadas, divulga-se junto o número sob o qual a tal pesquisa esta registrada no TSE. Esse numero dá assim um ar de lisura nas sondagens, sugerindo que aquilo foi auditado pelo TSE que, supostamente, pode impugnar a pesquisa caso esteja em desacordo com critérios preestabelecidos e logicamente  sua divulgação deve também  ser fiscalizada.

Só que não.

Vejam o que se lê no site do TSE ( aqui ): " salienta-se que a Justiça Eleitoral não realiza qualquer controle prévio sobre o resultado das pesquisas, tampouco gerencia ou cuida de sua divulgação, atuando conforme provocada por meio de representação."
 Quando vejo o TSE tão zeloso na criação de regras de campanhas eleitorais como por exemplo proibir distribuição de brindes ou showmícios, ou uma rigorosa observação de prazos, datas, tempos em TV etc, entendo que a legislação eleitoral quer dar oportunidades iguais a todos não permitindo que aqueles com maior poder econômico levem vantagem na disputa.  Tudo bem.

Mas e as pesquisas? Por que estas não são vistas como instrumentos que possam dar vantagem para este ou aquele candidato e influenciar o eleitorado? Pesquisas custam caro, são encomendadas sempre pelas mesmas pessoas jurídicas - a saber: Veja, Folha, Globo e Estadão - e podem sim ter seu modus operandi manipulado e sua divulgação feita de acordo com o desejo do freguês.

Digo isto por conta do que se pode perceber na confecção e divulgação da ultima pesquisa do IBOPE encomendada pela Globo e Estadão e por estes divulgadas no dia 26 passado.

De começo vejam que a publicação da pesquisa esta feita de duas formas diferentes pela mesma Globo ( aqui e aqui ), dando a entender que uma é separada da outra , porém ao que parece uma é subproduto da outra já que a pesquisa nacional esta colada na estadual e vice versa, ou seja, tudo junto e misturado.

Pergunta um: se é uma pesquisa nacional por que o destaque para apenas 5 estados?

Pergunta dois: por que no Estado de São Paulo com uma população muito maior que a de Pernambuco, foi entrevistada a mesma quantidade de eleitores: 1512? E nos demais estados quantidades diferentes?

Pergunta três: por que a margem de erro varia de 2 a 3 por cento de um Estado para outro?

Pergunta quatro: sendo apenas uma pesquisa estadual quais os critérios utilizados para escolher os Estados a serem pesquisados?

É verdade que pode haver alguma explicação técnica para tudo isso. E é verdade também que alguém pode dizer que se houvesse segundas intenções nestas publicações não seriam assim tão perceptíveis.

Mas enquanto eu escrevo isto a candidata Marina esta lá no Jornal Nacional explicando que o uso do tal avião fantasma usado para transporta-la e ao falecido candidato Eduardo Campos foi um empréstimo dos donos do jato  a ser pago no final da campanha e devidamente declarado na prestação de contas.

Mas vejam vocês: empréstimo não se paga. O que se paga são contratos, locações, vendas, leasings, etc.. Se vai ser pago tinha que estar na prestação prévia de contas.

Assim como no caso das pesquisas a resposta de Marina pode parecer transparente, satisfatória. Mas esconde sim equívocos e até mesmo um crime eleitoral.

E se eu, um pacato cidadão sem poder algum , consigo enxergar estas coisas, e partilho minhas duvidas com meus caros e raros leitores, por que o TSE com todo o poder que tem fica sentado esperando que alguém vá provoca-lo para esclarecer métodos de pesquisa e uso de jatinhos em campanha?





quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Bonner, um jornalista opinativo


montagem original do 247
O quiproquó blogosferico da semana ficou por conta da incapacidade de William Bonner de lidar com o contraditório a respeito das criticas sobre seu comportamento e da sua colega de bancada do JN, Patricia Poeta,  na segunda feira desta semana quando os dois entrevistaram Dilma Rousseff.

A diferença entre as criticas de internautas e de gente especializada no assunto com a defesa de Bonner, é que as criticas são baseadas em cálculos matemáticos a respeito do tempo das falas de cada um, das interrupções das respostas e do dedo em riste para a presidente. Tudo sempre prejudicial a Dilma. E a defesa de Bonner faz o famoso nivelamento por baixo, muito comum entre quem não tem argumentos, chamando aos insatisfeitos de corruptos, de robôs partidários, etc.

O que se vê em suas respostas é a sua confusão entre informar e opinar.

Talvez Bonner tenha se esquecido, se é que algum dia teve certeza, que espectadores de telejornais e leitores de jornais e revistas buscam primordialmente informação e não opinião.

Chamando a si mesmo de jornalista incisivo ele se auto atribui uma espécie de direito de dar golpes na entrevistada, parecendo muito mais um inquisidor em busca de alguma confissão do que um entrevistador querendo prestar algum serviço aos seus espectadores.

Bonner e seus colegas de profissão deveriam se esmerar em passar a informação da maneira mais isenta e mais próxima da verdade possível. Inclusive sem caras e bocas e sem tons fúnebres de voz.

Ao adotar esse caráter incisivo na entrevista o que ele fez foi pouco se lixar para o que pensa a entrevistada e passou a exibir o que ele pensa, ou quem o paga pensa, não economizando esforços para constrange-la de maneira premeditada com o inequívoco propósito de carimbar em Dilma um comportamento leniente com a corrupção, assunto que ele propositadamente manteve na entrevista em toda a primeira metade do tempo de apenas 15 minutos.

Quando Bonner ou seus colegas de profissão agem de forma a não permitir a divulgação da verdade, e verdade aqui é a opinião da candidata, ele comete um crime muito parecido com o estelionato em que o criminoso faz de tudo para dar um ar legal e normal às suas artimanhas com o descarado propósito de lesar o outro, e o outro aqui é o telespectador.

Sim sr Bonner o lesado maior aqui é o telespectador, o eleitor e por fim o país. Obrigado, por nada, por mais este desserviço ao Brasil.

Bonner ludibriou, dissimulou e impediu que os pensamentos de Dilma viessem a publico para que o publico possa tomar sua decisão livremente sem ser influenciado por sua opinião.

No que me diz respeito Bonner perde seu tempo, jamais vou comprar seu peixe.



domingo, 17 de agosto de 2014

Filhos: quem é que desistiu do Brasil?


Olhando para esta foto vemos filhos no velório do pai ou recrutas recém convocados para uma guerra? Os tão criticados punhos cerrados pelos colunistas empregados da mídia familiar, de Zé Dirceu e Genoino eram o que mesmo?
 
Para mim foi um espanto ver no velório de Eduardo Campos os filhos dele usando camisetas amarelas estampadas com a frase "não vamos desistir do Brasil".

Não posso cometer a ousadia, ou o desrespeito, de duvidar da dor sincera cravada no peito daqueles jovens por essa perda trágica do pai. Mas há que se notar que se misturou alhos com bugalhos.

O que poderia ser a oportunidade de uma manifestação de amor intimo, familiar, filial tornou-se uma exibição política.

Um contraste brutal e inconveniente com o vídeo realizado por estes mesmos jovens no ultimo dia dos país, no qual o projeto e a política de Campos sequer é citado.

Mas bastou morrer para que magicamente o ponto central de sua existência  passe a ser a política e não sua dedicação e amor paternos.

E já que é pra racionalizar estou tentando entender a frase das camisetas. A quem ela é dirigida?

Aos próprios filhos que tomados de alguma espécie de arrependimento tardio confessam ao pai que desistem das sua intenções de se mudarem pra Suíça?  Brincadeira minha.

Mas será que existem milhões de brasileiros arrumando as malas para irem embora do Brasil? Não me parece.

Muito menos tenho percebido a população desistindo de seus afazeres, seus compromissos, suas obrigações, o que equivale dizer que quando o conjunto da população cuida de suas coisas indica que o país continua funcionando, não vai parar e nem ninguém dele desistiu.

Resume-se que esta é apenas uma frase que, segundo alguns colunistas da direita raivosa e sem voto, pode significar a tentativa de convencer a parcela de eleitores que dizem que vão votar em branco ou anular seus votos a aderirem, agora, a campanha para Marina.

Se entre aqueles que praticam a política, os chamados políticos, nem sempre há espaço para a razão e o purismo, entre os eleitores que observam minimamente os lances da campanha, pode ser exatamente o contrário e o que as vezes pode ser chamado de pragmatismo político acaba tendo o nome de oportunismo.

Há uma pergunta para ser feita: Eduardo Campos gostaria disso? Já que agora seus auto denominados herdeiros políticos estão se pendurando em uma frase dita por ele no meio de sua campanha, é bom lembrar que ele abrigou Marina em seu partido talvez justamente para anula-la.

Não fosse assim Campos não teria aceitado de maneira tão passiva que Marina declarasse varias vezes que sua filiação ao PSB era temporária. Neste gesto ambos se diziam: fica na sua sua, que eu fico na minha. Como entender agora que esta é herdeira política daquele.

Essa esperança novamente acesa na oposição de que haverá segundo turno nas eleições pode na verdade resultar em um empate no segundo lugar  entre Aécio e Marina, aquele caindo nas intenções de voto e esta subindo mas não o suficiente para impedir um resultado definitivo favorável a Dilma, e causando assim o enterro - simbólico e sem frases de efeito - do PSDB  e fazendo Marina e sua REDE repensarem seu modo de fazer política, bastante dúbio até agora.

A morte de Campos não revela um Brasil que esta desistindo de si mesmo, antes pelo contrario pode revelar um Brasil avesso aos conchavos, contrario aos oportunismos e a uma mal disfarçada hipocrisia que parece querer reafirmar a desprezível pratica de que os fins justificam os meios. 

Deste Brasil eu não desisti.




sábado, 9 de agosto de 2014

A Republica de joelhos diante da midia

Desesperada por apoiar uma oposição que mais uma vez parece não ter chance de ganhar as eleições para o Planalto, a midia retoma o habito de criar factoides com vistas a alavancar as possibilidades de seus ungidos. 

E nesta semana que esta acabando veio aquela revista da qual não se diz o nome com um filmezinho grotesco gravado não se sabe como e nem por quem com o propósito de denunciar o que até os taxistas do ponto do Congresso Nacional sabem: convocados para depor em uma CPI  são, antes de comparecer ao interrogatório,  sabatinados e orientados sobre o que deverão responder.

E na sexta feira O Globo anunciou que dois de seus empregados - Miriam Leitão e Sardenberg - tiveram seus perfis no Wikipedia alterados com informações, digamos assim, pouco abonadoras aos ditos empregados. E como sinal dos fins dos tempos essas alterações teriam sido feitas em computadores do Palácio do Planalto.

Em ambos os casos a intenção da mídia é indiscutível: colocar Dilma no meio de fofocas, como se fosse uma reles difamadora, como se tivesse muito medo do embate político e tivesse que recorrer as expedientes toscos, infantis e nem um pouco eficazes.

Até parece que a Presidente não tem mais o que fazer e passa horas com seus auxiliares tramando bobagens ao invés de fazer o que faz de fato que é governar um pais com a complexidade que o Brasil tem.

Há que se entender que essas coisas saiam das salas dos editores dessas coisas chamadas órgãos de informação, dado que os empregados destes grandes veículos precisam manter seus empregos e, como se sabe, empregado que não agrada o patrão vai pra rua.

Mas o que é espantoso é representantes do topo da hierarquia da Republica virem a publico com caras consternadas dizendo que essas coisas precisam ser investigadas e atribuindo a elas adjetivos que não tem.

No caso da revista da qual não se diz o nome e seu filmezinho tosco veio o Presidente do Congresso, o Presidente do Congresso senhoras e senhores!, como que a valorizar a idiotice publicada em um veiculo que em sua maior parte só publica idiotices e dizer com cara muito séria que o episódio será investigado e coisa e tal. Este tipo de declaração dá valor, queira-se ou não, ao fato.

Já com relação aos empregados da Globo a coisa ficou muito pior. O próprio chefe do Gabinete da Republica apareceu dando adjetivos como gravíssimo  e abominável a alteração dos perfis. E como se não tivesse ficado suficientemente clara a submissão da Republica veio a Presidente da Republica dizer que isto é inadmissível.

Talvez sejam coisas que mereçam mesmo ser investigadas e que aqui e ali possam ser chamadas de abomináveis ou inadmissíveis. Mas essas coisas não precisam ser ditas por quem as disse. Poderiam enviar o Chefe de Informática, o Chefe da Segurança, sei lá se existem essas figuras, mas pessoas do terceiro ou quarto escalão a dizer que ok, essas coisas serão investigadas e os responsáveis punidos.

E daqui uma semana apresentar a cabeça do idiota que fez isso e coloca-lo na rua. Só isso.

O que não pode é a Presidente se dar ao desfrute de interromper seus afazeres pra se preocupar com neguinho que gosta de zuar na WEB. Falei? Fica dando lenha pros alucinados da oposição colocaram na fogueira.

Quando o escalão mais alto da Republica fica dando explicações para os devaneios e armadilhas plantadas pelos empregados da grande mídia, fica a impressão da submissão, ou do medo, ou da valorização de coisas que não devem ser valorizadas.

PS: e reparem neste link e vejam, a quantidade enorme de alterações em perfis da Wikipedia feitas no IP em questão. Perder tempo com alterações nos perfis dos empregados da Globo é dar asas as cobras.






terça-feira, 5 de agosto de 2014

Candidatos da oposição precisam explicar melhor

Costuma-se dizer que em período eleitoral vale tudo. Já faz parte do folclore candidatos fazerem promessas e mais promessas como que atendendo apenas a uma liturgia do processo e pouco interessa se são promessas possíveis de serem cumpridas.

Paralelo a isso tem as fotos. Já notaram que os risos para a pose das fotos estão cada vez menos espontâneos  e já beirando o cinismo? Ou histeria sei lá. Qual o objetivo concreto destes risos? Alguém já explicou? Já passou da hora de os marqueteiros orientarem seus clientes-candidatos que basta posarem com uma expressão normal, comum. Não precisa arreganhar os dentes e mostrar um riso totalmente fora de hora e de lugar. O que é que vocês meus caros e raros leitores e leitoras pensam de pessoas que vivem rindo? As vezes uma cara séria traz mais resultados que um riso idiota.

Mas voltemos as promessas e lembro que dias atrás tanto Aécio quanto Campos estiveram em uma espécie de sabatina na CNI e prometeram, os dois de maneira idêntica, que vão começar a agir ( trabalhar?) já no dia da posse. Wonderful. Alguém poderia dizer a estes dois que sim ! é de se esperar que um presidente trabalhe do primeiro ao ultimo dia de seu mandato - e mesmo de férias um cargo destes não permite descanso? . Ou será que imaginam que nós aqui deste lado vamos compreender que no primeiro dia será apenas o rega-bofe, no segundo a cura da ressaca, no terceiro saber em que sala vai trabalhar, no quarto tomar pé das coisas, no quinto reunir-se com auxiliares, no sexto descansar por que ninguém de ferro.....?

Agora vejamos uma das promessas de Campos. Diz ele que vai implantar período integral  nas escolas de ensino do primeiro grau, e também implantará o passe livre para todos os estudantes. A conta pra isso gira em torno dos 125 bilhões de reais segundo ele mesmo.

Em que pese Eduardo Campos não explicar como vai arranjar essa verba - na cabeça dele parece que o governo tem um espécie de cheque especial e que basta ir gastando e depois da um jeito de pagar. Ou talvez ele pense, e isso seria um desastre, que o Presidente da Republica tem a chave da sala da impressora da Casa da Moeda. Vai ver que ele desconhece uma coisa chamada LEI DAS DIRETRIZES ORÇAMENTARIAS. Mas deixemos isso de lado.

Há que pensar que as escolas publicas de hoje - a grande maioria - tem dois turnos, um de manhã e um de tarde. Há que se pensar também que os dois turnos ocupam, cada um por sua vez, a capacidade máxima de alunos da escola. Pergunta-se: como Campos vai juntar por exemplo 250 alunos do período da manhã com mais os 250 da tarde e colocar os 500 ocupando o mesmo espaço?

E segue outra pergunta: os alunos passarão o dia dentro da sala de aula? Não deve ser recomendável e nem produtivo. Pensar-se-á ( arrg desculpem ) em atividades, mesmo que educativas, que fujam do currículo tradicional da matemática-português-história-geografia. Coisas como esportes - vários -. musica, teatro, dança, informática, fotografia, etc.. Já existem instalações físicas pra isso? Já existem materiais e equipamentos para isso?

Mais uma pergunta: e os professores, treinadores, coordenadores, orientadores e tudo o mais para estas atividades? Existem em quantidade suficiente no mercado?

Quanto tempo demoraria a adaptação dos prédios, a compra de materiais e equipamentos e a contratação de profissionais para um trabalho desta envergadura? Eduardo não diz.

Saiamos de Campos e voemos ( sem trocadilhos, por favor ) para Aécio. O senador mineiro encarnou na redução da quantidade de Ministérios e na reforma tributaria. Wonderful again. Porém, em relação aos Ministérios que ele diz que vai reduzir, uma boa parte deles existe por conta de uma realidade que está mais que escancarada na nossa política desde que inventaram as coligações: acontece sim, queiramos ou não, um loteamento dos ministérios para os partidos que ajudaram a eleger o presidente. Negociam- se Ministérios como se negocia tempo na TV. É fato.

A não ser que Aécio pense que é um Collor - que achou que poderia governar o pais sem fazer política e deu no que deu - ele precisa lembrar que ele concorrerá com uma coligação e, se eleito, vai ter que pagar a fatura do apoio. A redução de Ministérios poderá vir a ser uma realidade algum dia se ANTES houver uma reforma política. Sem isso não há jeito. Não vejo em seu discurso nenhum encaminhamento de proposta para essa reforma. Claro isso não dá votos entre seus correligionários e nem conquista a confiança deles.

E, convenhamos, nesta historia de reduzir Ministérios, se ela acontecer, vai ser apenas uma redução de Ministros, pois as estruturas e funcionários de cada um serão realocados para outras áreas. O máximo que Aécio conseguiria era reduzir a conta do cafezinho nas reunião gerais com a Presidência. 

Quanto a reforma tributaria antes ele vai precisar combinar com prefeitos e governadores. Sabidamente uma grande parcela dos impostos brasileiros pertence aos Estados (ICMS) e Prefeituras (ISS) Será que ele vai ter cacife político pra isso? Olha aí a tal da política outra vez. Aécio deve estar esquecendo a "guerra" da redução das tarifas de energia elétrica na qual os governos do PSDB foram os principais protagonistas contrários às reduções propostas pelo governo federal. Se Aécio esta propondo uma reforma tributaria apenas em tributos federais, é melhor ele mudar de assunto, que isso não vai dar em nada. A fatura da redução de impostos precisa ser dividida por todos.

Então é isso. De maneira simples e modesta espero ter contribuído para demonstrar que promessas de palanque e risos em fotos nem sempre são soluções concretas.

domingo, 3 de agosto de 2014

Rede Globo de Futebol Ltda

A Folha de São Paulo publicou no dia 01/08 a informação de que a Rede Globo convocou ( a palavra publicada na noticia é esta mesma: convocou ) 20 clubes que disputam a serie A, inclusive a CBF, de futebol para reuniões nas próximas semanas a fim de discutir o futuro do futebol nacional. (aqui)

E segue a noticia dizendo que o objetivo das reuniões é tratar de assuntos de futebol que vão de A até Z, ou seja, desde o treinamento de atletas de base, passando por calendários dos jogos até a gestão financeira dos clubes.

A noticia é assombrosa. Como se sabe a autoridade máxima, formal, do futebol no Brasil é a CBF e, é claro, dela é que se deve esperar a administração do esporte via clubes.

Eis que então surge a Globo e atropela a ordem natural das coisas e  impõe, ela mesma, como a detentora das decisões a respeito do esporte solapando a autonomia e o poder da CBF e dos dirigentes de clubes que tratam, mesmo que de maneira desastrosa, de assuntos de futebol.

Dada sua força econômica e financeira a Globo vem impondo a sociedade um poder ilegal, uma vez que nunca lhe foi atribuído nada, poder esse que se expressou ainda nesta semana quando o governador Geraldo Alckmin cedeu horários de funcionários, trens e metros para atender interesses da Globo nos horários de jogos.

Dentre esta e muitas outras ocorrências no mundo do futebol, sabe-se também de suas visitas inoportunas na concentração de nossa seleção no ultimo Mundial, e quem sabe uma parcela dos vexatórios 7X1 são devidos a essas importunações.

Verdade seja dita. A Globo pode estar ocupando um espaço que os organismos de esporte do Estado  não querem ocupar meramente por mimimis políticos. 

Ainda no final da Copa do Mundo, que vai ficar como uma triste lembrança para a seleção nacional, Dilma bem que tentou articular algo para encaminhar o Brasil para novos rumos futebolísticos mas foi acusada pela oposição de estar criando a Futebras, acusação apoiada pela mídia. E agora nem governo e nem oposição se mexem para impedir a ingerência da Globo. Normal.

Mas isto pode ser o de menos. Preocupa o que pode vir por aí.

Com esta pretensão de fachada de "discutir" o futebol brasileiro a Globo talvez imponha sua administração ao que ainda resta do festejado e mundialmente admirado futebol brasileiro e vai acabar transformando o futebol numa coisa plástica e burocrática. 

A Globo já transformou as escolas de samba do Rio e São Paulo numa coisa pasteurizada e enfadonha, zerando completamente o apelo popular do Carnaval destas cidades.

Homogeneizou  a musica sertaneja acabando com a imagem do nosso caipira e transformando as duplas sertanejas em "cowboys" com caras, roupas e musicas sem nenhuma identidade brasileira.

Aguarde-se agora as decisões dos campeonatos de futebol em uma espécie de BBBs nos vestiários em que vencerá o time cujos jogadores tenham os cortes de cabelo mais bizarros.

Ou os jogos de futebol em estádios transformados em imensos programas de auditórios animados por Lucianos e Faustões tendo os jogadores como "ajudantes de palco".

E viva o pensamento único. E viva o pensamento da Globo.


quarta-feira, 30 de julho de 2014

De ciclovias e jogos de futebol

Já não me impressiona mais o tendencionismo da grande imprensa brasileira, mas é impossível - pelo menos para mim - não deixar de comentar este comportamento descarado de alguns jornalistas em relação a assuntos do interesse de todo mundo claro, sempre puxando a brasa para a sardinha da direita brasileira.

Hoje pela manhã pude ouvir pela Bandeirantes comentários a respeito das ciclovias que a Prefeitura de São Paulo está implantando pela cidade. Ao lado de comentários contrários as tais ciclovias tratando o comportamento do Secretario de Transportes da cidade como imperial, ou seja, decidindo sem nenhuma razão aparente onde vai ou não vai ter ciclovia, o tal radialista faz comentários irônicos inclusive sobre a cor das pistas que é vermelha.

Claro que do alto de sua cegueira ideológica - fazendo ligação entre a cor da pista com a cor oficial do PT ( partido do prefeito ) - ele deixa de informar que a cor vermelha para ciclovias é um padrão internacional que vale como norma para sinalização destas pistas no mundo todo.

E segue o infeliz comentarista a dizer: já pensou você acordar de manhã e encontrar uma faixa vermelha pintada no asfalto da porta da sua casa?

Em sua obtusidade ele deve ter se remetido aos tempos da Segunda Guerra em que os nazistas marcavam as portas das casas de judeus, e já sabemos por que. Talvez ele esteja querendo dizer que o infeliz morador que tiver uma faixa vermelha pintada na porta de sua casa esteja sendo marcado como um PETISTA ! ( que horror ) e que deva fugir para as montanhas. Se é pra ser obtuso dá licença de eu ser também.

 E disse mais o engraçadinho: que o Secretario de Transportes acorda de manhã e pergunta qual tinta tem mais no estoque e, sendo vermelha, ele a pega e sai por ai pintando o asfalto.

E segue a falação do sujeito criticando decisão da Prefeitura que, segundo ele mesmo, dá-se de cima para baixo, de maneira imposta, sem consultas a população e que tal atitude esta atrapalhando a vida de muita gente em especial de ruas de comercio.

É de se discordar. Haja vista que a utilização das vias publicas é desde sempre regulamentada pelo poder publico, tais como: regras de transito, semáforos, mãos de direção, estacionamento no meio fio, faixas de pedestres, etc.. etc.. Não me consta que a CET - no caso de São Paulo - faça antes uma pesquisa entre os moradores de uma rua, ou que ao menos peça licença a eles, para estabelecer qualquer regra de transito no local. Este é um ponto.

O outro ponto é que a bicicleta esta se consolidando como alternativa de transporte. É desejável o uso cada vez maior de bicicletas, por razões tão óbvias que nem é preciso cita-las. Espera-se que cada vez mais, haja ciclistas circulando pela cidade e, sendo assim, é bom desde já ir cuidando de sua proteção. Aliás proteção essa que deveria ter sido feita desde o inicio para os motociclistas evitando ocorrências de acidentes diários inclusive com mortes envolvendo usuários de motocicletas. Não estamos desejando o mesmo para usuários de bicicletas. Certo?

Ao lado deste debate sobre as ciclovias deveria ser colocada a decisão do governador Alckmin que, diante da imposição da Rede Globo, com o auxilio luxuoso da CBF, que a fim de defender interesses exclusivamente econômicos exige que partidas de futebol durante a semana sejam disputadas a partir das 22 horas, decidiu o governador que trens e metrô funcionarão até mais tarde - depois da meia noite - com o objetivo de atender aos torcedores que saem dos estádios neste horário.

Uma medida apenas maqueada de interesse público, pois na verdade atende muito mais os interesses  de uma empresa. E não é só isso. Coloca equipamentos e funcionários, com o correspondente aumento de custos, a serviço da Rede Globo.

Se deitarmos um olhar sobre qual deva ser a missão de um administrador  publico  a resposta é óbvia: defender antes de tudo os interesses dos mais fracos no conjunto da sociedade.

Nas ruas e avenidas da cidade quem é o mais fraco: os ciclistas ou os grandes lojistas e comerciantes?

No futebol quem é o mais fraco: o torcedor que põe em risco sua integridade física e patrimonial circulando pelas ruas da cidade de madrugada ou a Rede Globo faturando seus milhões com direitos televisivos?

Sob essa ótica de quem foi a decisão autoritária? De cima pra baixo, sem enxergar os interesses de parcelas da sociedade? 

Pra terminar lembro que os trens CPTM tem faixas vermelhas pintadas em seus vagões e a linha do Metrô que serve o estádio Corinthians em Itaquera é chamada Vermelha. Mas na hora apoiar ou no mínimo se calar sobre as atitudes de uma certa corrente política do país, estas questões cromáticas são irrelevantes. Não são mesmo?








domingo, 27 de julho de 2014

Os Vejários

Creio que estejamos todos enganados ao enquadrar a publicação Veja na categoria de revistas. Para mim ela se qualifica muito mais para ser um Boletim Informativo.

Boletins Informativos como se sabe, são publicações de entidades dirigidas a um publico especifico: dos lojistas. dos advogados, dos paroquianos, dos moradores de um bairro e assim por diante e até, por que não, dos seguidores de seitas. 

Para mim o Boletim Veja se assemelha àqueles dirigidos aos seguidores de seitas que neste caso são os Vejários.

Não existe ainda uma definição para Vejários. Vejários não tem começo, nem meio e nem fim. Não existe em nenhum vocabulário do mundo palavras que possam dar cor, forma, cheiro ou o que seja ao Vejário.

Isso me remete às narrativas bíblicas, onde no Livro de Gênesis, ficamos sabendo que Adão apontava para as coisas e dava a nome a elas: isso é uma galinha, aquilo uma minhoca, o outro um pedregulho. Apenas as nomeava sem saber de grupos, categorias, utilidades e afinidades.

Assim são os Vejários: não se sabe a que grupos pertencem, como são categorizados, em que são úteis e em que são afins.  Pelo que se vê devemos estar vivendo uma edição revisada do Gênesis. Em lugar de Pedros e Marias poderíamos chamar os Vejários de Croinc, Druintys ou Xyz que daria na mesma.

A única coisa que se sabe até agora é que alguns membros Vejários são historiadores do futuro, colecionadores de chapéu, filósofos de botequim e comentaristas de livros que só eles leem, e, é claro, seguidos por uma multidão de outros Vejários com cérebros  em forma de funil.

Essa deformidade, o cérebro em forma de funil, surge na fase pré-Vejário. A respeito do pré-Vejário já se sabe alguma coisa: são indivíduos que aos poucos perdem a capacidade de perceber a diversidade das coisas, e se tornam generalizantes.

O primeiro pré-Vejário de que se tem noticia foi encontrado em uma loja de tintas e que, ao pedir uma lata de tinta para o vendedor, ouviu a pergunta: de que cor? e ele respondeu: qualquer uma.

Este é o pré-Vejário: diz que não deveria existir quatro estações no ano e sim apenas a que ele gosta. Do mesmo modo não existem correntes políticas tais como esquerda ou direita, e não existem sete notas musicais pois conhece apenas o sambinha de uma nota só ( perdão Tom Jobim ).

Existem ocorrências em alguns raros pré-Vejários de pensar de modo binário, as vezes confundem ecologia com capitalismo ou guerra com genocídio, mas estes aos poucos se igualam a maioria e acabam por optar pelo pensamento único.

E é nesta crença no fim da diversidade que aos poucos tudo se torna como a saída de um funil que desagua nas páginas do tal Boletim Veja.

Fiquei sabendo de fontes fidedignas, que não posso revelar agora, que estudiosos já descobriram que os Vejários são uma espécie de Gremlins ao contrário. Na história de Spielberg os Gremlins eram seres que se multiplicavam pelo contato com a água, os Vejários, porém, se fundem uns nos outros. Sendo que o elemento catalisador são os votos nas urnas que, na medida que significam antes de tudo liberdades de escolha, acaba por juntar os Vejários em uma maçaroca disforme e inominável.

Tomara.




sexta-feira, 18 de julho de 2014

As cambaleantes idéias de Aecio Neves


Sem querer dar duplo sentido à palavra cambalear, percebe-se que Aécio Neves é um cambaleante. Cambaleia em sua posições mudando o discurso de acordo com a plateia ou o tempo.

Junto com empresários ele diz que tomara medidas impopulares acenando com ajustes na economia, obviamente favoráveis a esta plateia. Mas em discurso para o publico em geral ele diz que não tomara tais medidas. Anda ombro a ombro com pessoas que habitualmente chamam o Bolsa Familia de sustento de vagbundos porém, e mais uma vez, ao discursar para o povo diz que quer incorporar o BF nas politicas de Estado.

Esta semana foi a vez de ele falar "mais-ou-menos-bem" do Programa Mais Médicos contradizendo-se totalmente em discurso raivoso que fez na tribuna do Senado chamando o Programa de eleitoreiro ( video aqui ) além de dizer que servia para sustentar a ditadura cubana. Em sabatina efetuada pela Folha Uol Aecio Neves cambaleou mais uma vez e disse que manterá o programa que ele havia chamado de eleitoreiro porém impondo à Cuba alterações na forma de remuneração dos médicos, a qual ele pretende mudar para pagamento direto pelo Brasil aos profissionais cubanos.

Como argumento para sua imposição ele diz que Cuba tem que aceitar uma vez que o Brasil é maior que ela.

Estranho critério esse do sr Neves, tendo como parametro para negociações o tamanho do país. Será que ele falou em tamanho da economia? Do território? Da população?  Nenhum desses critérios há de ser usado nas relações relações diplomaticas entre paises soberanos, a não ser que ele ainda viva nos tempos que o mundo era dividido entre imperios e colonias.

Esta na cara que esse é um discurso ou de quem pretende acabar com o Programa pois Cuba não vai aceitar suas imposições, ou de um demagogo sem noção.

Além desta clara falta de respeito por um país soberano que tem o direito de  tratar os assuntos relativos aos seus cidadãos do jeito que bem entender, o Sr Neves demonstra incapacidade de viver sob o pluralismo politico e ideólogico condição indispensavel para levar adiante no futuro, caso venha ser eleito presidente, relações de colaboração e comercio com o resto do mundo, ou seja, se o critério para aproximações com paises for unicamente ideológico, viveremos sob a sombra de quem nós já sabemos.

Quanto ao seu rompante interesseiro e eleitoreiro relativo ao salário dos médicos cubanos, não passa de balela, haja vista que se sua preocupação com os ganhos dos profissionais do serviço publico fosse sincera os médicos, professores, policiais e outros de Minas Gerais seriam os mais bem pagos do país. Não é?





http://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,vamos-rever-regras-com-governo-cubano-diz-aecio-sobre-mais-medicos,1529610
"Vamos financiar os médicos cubanos e não o governo cubano." - See more at: http://www.aredacao.com.br/eleicoes/45992/aecio-promete-rever-acordo-do-mais-medicos-com-cuba#sthash.fYwO3MmA.dpuf
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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Vagões rosa: proteção ou segregação?

Foi aprovada na Assembleia Legislativa de São Paulo lei que obriga a CPTM e o Metrô a reservarem um vagão - repito: um vagão - por composição apenas para passageiras como forma, segundo a pretensão do autor da lei, de poupar as mulheres de serem importunadas por passageiros aproveitadores da lotação do transporte e nelas se encostarem. A lei vai agora para ser sancionada pelo governador.

O mecanismo simplista proposto nessa lei ao reservar um vagão para mulheres, tem muito mais cara de segregação e parece nos levar de volta ao tempo em que os negros eram proibidos de usar espaços onde ficavam os brancos. Neste caso homens e mulheres não podem viajar juntos. Ponto.

Acima do absurdo do raciocínio usado para solucionar o que é muito mais de educação do que de convivência está ainda a entendimento estapafúrdio de que basta apenas um vagão para transportar todas as mulheres que hoje ocupam toda a composição. Não precisa ser um profundo conhecedor da nossa sociedade para saber que a proporção entre homens e mulheres é mais ou menos equivalente.

Isso leva a crer que uma parte grande das mulheres serão levadas a embarcar nos vagões, digamos assim, mistos para não perderem a hora de seus compromissos. Será por certo um prato cheio para os tarados de plantão que imediatamente pensarão: bem se ela esta aqui é por que quer, ou não se importa, de ser encoxada. Ou seja esta se expondo a vitima ao seu algoz.

Acrescente-se ainda a esperteza sempre presente em uns e outros que darão um jeito qualquer de embarcar nos vagões rosa. Não é difícil concluir isto basta observar que nas horas de rush o Metrô reserva as duas primeiras portas da composição para embarque daqueles com direito a atendimento preferencial: idosos, gestantes, adultos com crianças de colo, e outros. Não foram as poucas vezes que vi passageiros não incluídos nestas condições passarem pelo bloqueio na maior cara de pau e embarcarem nos espaços a que não tem direito.

Separar as pessoas não é um jeito de torna-las mais sociáveis, pelo contrário criam-se condições para agressividades em geral, passam a impressão de privilegiar uns em detrimentos de outros além de, é claro, inibir convivência civilizada e impedir o amadurecimento das relações humanas 

Bem mais eficaz poderia ser uma campanha "feroz" de punição severa aos aproveitadores. Leis para isso já temos de sobra. Pode-se pensar também que nas estações e nos trens as ocorrências  fossem sempre atendidas por agentes femininas a fim de evitar constrangimentos naquelas mulheres vitimas dessas violências.

Por fim há que se pensar em uma campanha educativa e massiva - do tipo que foi feita com a prevenção da Aids - escancarando para toda a sociedade que elementos que agem desse modo  são desequilibrados e, sendo assim, são estes que merecem ter um vagão só pra eles.


domingo, 13 de julho de 2014

O El Cid tupiniquim

El Cid, como se sabe, foi um nobre nascido na Espanha em 1043 batizado como Rodrigo Diaz de Vivar. Viveu uma vida de guerras, traições, barbaridades e lendas como era comum acontecer naqueles tempos. Uma das lendas diz que ele já morto foi amarrado em seu cavalo por sua mulher e, diante de seu exercito, partiu para a guerra contra os mouros que o supunham morto. Quando os mouros o viram fugiram e, claro, perderam a guerra.

Ontem no banco de reservas da seleção brasileira no jogo contra a Holanda, alguém teve a mesma ideia que teve a mulher de El Cid:  colocar o Neymar no banco, com o uniforme de jogador, para - santa tolice - quem sabe motivar nossos jogadores ou assustar os holandeses.

Guardadas as devidas proporções - Neymar não está morto e jogo não é uma guerra - não deu pra entender o propósito deste gesto tenha sido ele só de Neymar ou de toda a equipe de dirigentes e técnicos.

Primeiro de tudo e o mais óbvio ululante é que não me consta que Neymar tenha personalidade de lider a ponto de motivar ou não seus companheiros. Muito menos me parece que ele seja um estrategista do futebol e sua presença ali poderia servir para auxiliar Felipão a armar o time.

Em segundo lugar o efeito que poderia ser esperado - de Neymar motivar seus companheiros - pode ter acontecido ao contrario e os demais jogadores do time podem ter se perguntado no momento: mas quem esse cara pensa que é? Sim deixemos de lado esse romantismo de pensar que em um time de futebol todos se amam. Creio que aquele grupo é como qualquer grupo de humanos: cheio de inveja, ressentimentos, armações desonestas, fofocas porém , é claro,  também de boas e fieis amizades.

No adversário esta atitude de Neymar estar presente no banco também não serviu para nada uma vez que até entre todas as folhas do gramado do campo é sabido que Neymar não pode joga, por enquanto.

Pode-se ainda imaginar a hipótese de que isto tenha sido uma deferência especial ao craque e que a titulo de reconhecimento de sua importância, resolveram deixa-lo ali. Se for assim acaba de ser inaugurado um comportamento que em breve poderá causar congestionamentos nos bancos de reservas país afora uma vez que não são poucos os craques e ex-craques impedidos todo o tempo e circunstancialmente de jogar uma partida por seu time.

Além disso, Neymar já havia sido solenemente homenageado por seus companheiros no inicio da partida contra Alemanha na terça feira passada, quando exibiram a camisa dez do jogador durante a execução do nosso hino e que, convenhamos, diante do resultado daquele jogo não serviu para motivar ninguém.

A mim fica a pouco nobre conclusão de que Neymar estava naquele banco vestindo a camisa da seleção muito mais por razões contratuais do que por amor a arte. E se for mesmo assim e se apenas a força da grana é que acaba por forçar um jogador a trocar o conforto da sala de sua casa onde fica muito mais garantida a sua recuperação do machucado, já passou da hora de rever as normas que regem esta fabrica extraordinária de dinheiro que virou o futebol.






domingo, 13 de abril de 2014

Carta aberta a Eduardo Guimarães, Blog da Cidadania

Caro Eduardo,

A primeira razão desta carta é minha frustrada tentativa de, em resposta que enviei de um email seu aos seus leitores, tentar expor o que penso que poderia ser uma solução para essa "guerra" que parece interminável da midia contra o PT.

Seu email para os leitores nos convocava a militar com força e com vontade na resposta aos ataques da oposição via interneteiros convocados, quem sabe pagos, para denegrir não apenas a imagem do PT e do governo federal mas até mesmo dos militantes petistas.

Na resposta que lhe enviei - a qual não causou em você a reação que eu esperava, que era a de ao menos interessar-se por uma sugestão -  eu disse que não acredito que se deva gastar energias com cães raivosos, pessoas desprovidas de razão e de conhecimento político e ainda por cima debater com robôs virtuais que, obviamente, não lerão argumentos de ninguém.

Entre o dia desta nossa unilateral troca de emails e o dia de hoje, tsunamis midiáticos parecem ter tomado mais força e tamanho e ameaçam de maneira concreta soterrar as pretensão de Dilma, Lula e PT de governar o pais por mais quatro anos.

E a partir daqui começa a segunda razão deste minha carta a você.

Militâncias sejam de oposição como de situação trabalham em cima de fatos que lhes chegam, fatos supostamente verdadeiros, e fatos chegam ao conhecimento de todos via mídia. A mídia, nestes nossos dias de hoje, é a principal causadora de debates, desgastes, difamações, e tudo o mais que houver relativo ao momento político que vivemos. Aqueles que multiplicam esses fatos, são meros mensageiros. A mídia é verdadeiro o bunker a ser estourado.

E não somos nós anônimos e indefesos militantes - isso inclui você e demais blogueiros sujos - que colocaremos a mídia contra a parede e faze-la trabalhar do jeito que deve ser.

E por falar em trabalhar isso é justamente o que não fazem as redações dos órgãos de comunicação, não apenas por culpa delas, mas por conta da absoluta falta de resposta e/ou esclarecimentos dos boatos que a mesma mídia planta por provocação.

Você esteve em uma entrevista com o Lula e isso, em outras palavras, foi o que ele disse. No dia de hoje estamos vendo a reação indignada de Zé de Abreu, diante da passividade do PT ao não tomar atitudes com tudo o que está sendo feito com José Dirceu.

O resumo da ópera é este: o Governo Federal e todas as suas instâncias mais a cúpula do PT precisam encarar a imprensa e falar sobre sua versão dos fatos.

A impressão que esta sendo passada a militantes como eu é que tanto o Governo Federal, como a cúpula do PT , Lula e Dilma no meio, esperam que a militância assuma o papel de debater, defender, apresentar propostas, desmascarar a oposição, provocar pautas para a mídia e tudo o mais. Isso é impossível!

Quando muito, militantes como você e mais um punhado dedicam-se a responder aos ataques da oposição via mídia, mas convenhamos, nem você e nem o punhado de militantes tem  visibilidade necessária para contrapor as mentiras e armadilhas lançadas todos os dias em todas as áreas  da sociedade brasileira. Desnecessário citar a desproporção de forças.

Tenho muitas criticas a fazer sobre o modelo politico dos Estados Unidos mas para uma coisa sou obrigado a tirar o chapéu: sempre que um fato relevante, de interesse da nação precisa ser colocado as claras o Governo bota a cara na frente da imprensa e manda seu recado. 

Que tal fazer a mesma coisa por aqui? Que tal tornar rotina entrevistas coletivas com TODA a imprensa, seja a Presidencia, os Ministérios, Secretarías, todos os orgãos  publicos, em especial a direção do PT ??

Por que não por a imprensa para trabalhar em cima das voz de quem é diretamente responsável pelos fatos?

Sim, é verdade que mesmo assim haveria uma tentativa de distorcer, omitir, ironizar, desacreditar o entrevistado, mas isso seria no começo, em um certo momento a ficha cairia e ao menos uma parte consideravel das verdades começaria a aparecer mesmo que essas verdades ainda fossem merecedoras de criticas. Mas, repito, a critica seria feita em cima de verdades e não de ilações.

Por que deputados e senadores petistas não se indignam com ocorrências havidas nas hostes oposicionistas.  Até do vestido da Dilma a oposição já falou e fez discurso contra. Tá, isso é risível, mas se o PT fizer a mesma coisa essas atitudes meramente teatrais da oposição acabarão por perder o efeito.

Em suma meu caro Eduardo preocupa-me como um governo que é não capaz juntamente com seu partido de reagir de maneira coordenada respondendo a enxurrada de factoides surgidos todos os dias, poderá governar um país com um grau de dificuldade muitíssimo maior?

Essa insistente demonização da mídia já passou dos limites e o que deveria ser uma mera critica começa a parecer ou fraqueza ou medo, o que é impensável.

Não é mais possível o PT, Dilma e Lula, ficarem ouvindo da militância apenas o querem ouvir. Já passou da hora do PT, Lula e Dilma, entenderem que o papel deles, PT, Lula e Dilma,  nessa historia toda é muito mais importante, grandioso e produtivo do que o nosso, sendo que nosso papel não ultrapassará jamais essa inútil bateção de boca  com os cães raivosos alimentados por uma mídia que não tem o que fazer.

O assunto é longo, extenso demais e carregado de obviedades e por isso não quero mais tomar seu tempo. Mas pense nisso e use um tanto de sua capacidade de argumentar a favor do PT como instrumento de fazer despertar o próprio PT de que não se tem mais tempo a perder, ou perde-se as eleições.

Grandes abraços

Jonas




domingo, 16 de fevereiro de 2014

Quando a esculhambação começou? Você sabe?

Não acredito que a vida humana e seus comportamentos possam ser pontuados, datados e terem seus começos marcados em um tempo exato.

Acredito mais naquela frase de Newton que diz que pra cada ação uma reação e, sendo assim, vejo tudo como um processo seja evolutivo ou não, seja apenas de mudanças para o lado ou para trás, mas acho mesmo que um tudo é consequência de outro tudo e que a vida é uma grande rede tecida simultaneamente em todos os cantos do universo.

As vezes forçamos a barra para uma determinada coisa acontecer hoje e nos frustramos se não acontece, ao mesmo tempo nos perguntamos por que acontecem coisas não previstas. E no dia seguinte vemos que o que queríamos nem era assim tão importante e o imprevisível é que se tornou o desejável.

Mas estou divagando.

O que quero falar é sobre nosso momento político ( político é modo de dizer pois se parece muito mais com exercício de ódios e escárnios, calunias e hipocrisias ) e não me parece possível, como eu já disse no inicio, precisar o momento em que esta beligerância, este sentimento do "nós contra eles", este Fla x Flu de quem rouba mais, começou. Isto vem evidentemente de um processo ao longo do tempo em que muitos agentes da Republica, da Sociedade Civil, das Igrejas, da grande Imprensa foram tornando cada vez mais raso o debate sobre os destinos da Nação, cada um autoproclamando-se o dono da moral e dos bons costumes, sendo que esta moral e estes bons costumes é sempre o "outro" que despreza.

Eis que no entanto a revista Época da semana passada resolve pontuar sobre a razão de toda esta animosidade, em lugar de debate, atribuindo à ala progressista da política nacional as agressões verbais e até físicas que estamos assistindo. A revista acusa os ditos blogs sujos de receberem verbas oficiais para incendiar o debate, e esculhambar a tudo e a todos.

O argumento das verbas é idiota. Verba por verba ( se é que os blogs sujos a recebem ) a mídia corporativa recebe bilhões por ano. Sem anuncio oficiais a mídia oposicionista não existiria tal e qual ela existe. Além disso os blogs sujos não devem ter nem 10% de audiência da mídia corporativa o que torna sua capacidade de influencia nos debates praticamente nula.Mas deixemos isso pra lá.

E como era de se esperar essa tese começa a ganhar força entre os não-pensantes da manada chamada articulistas da grande imprensa e começam a pipocar argumentos semelhantes, ou seja de que a culpa de tudo é da situação e seus simpatizantes. Dora Kramer em O Globo de hoje também quer pontuar o inicio do escracho nacional no momento em que Lula recém-empossado presidente posou para fotos usando um boné do MST o que segundo ela é ( estou resumindo ) um movimento violento. Dora Kramer não sabe ou finge não saber nada sobre o MST.

Então já que é assim esse impertinente e  modesto blogueiro ( gratuito ) também pode tentar pontuar o inicio da esculhambação política brasileira no exato momento do golpe de 1964.

Duas ações da ditadura militar poderiam ser fatores determinantes para chegarmos ao ponto em que chegamos em nosso pobre debate político:

- O fechamento do Congresso Nacional e a cassação de praticamente todos os integrantes  daquela Casa passando a mensagem subliminar que uma Nação não precisa de parlamento e parlamentares e que as ideologias políticas são desnecessárias para um povo. Vide nos dias de hoje a repulsa aos partidos políticos.

- A censura radical exercida nas redações de jornais e tevês impondo o pensamento único para  todo o país e criando gerações de analfabetos políticos e ignorantes a respeito de como funciona uma democracia. Vide, mais uma vez, a pouca disposição para mudar tudo-isso-que-esta-ai via debate democrático.

A "saudade" que mesmo os muito jovens nos dias  sentem da ditadura pode explicar essa preguiça de pensar a política e dela  tomar parte. Fica bem mais resolver na base do você-é-fedapê-e-tem-mais-é-que-levar-porrada. Não era assim na ditadura?

É sempre bom lembrar que a censura ditatorial  incorporou-se ao DNA da grande mídia corporativa o que faz com que nos dias de hoje existam tantas distorções nas informações transmitidas pelos chamados órgãos de imprensa. Não é a toa que, de acordo com que todos ficamos sabendo, o sr Ali Kamel - o todo-poderoso do jornalismo Global-  distribuiu memorando para suas filiais e associadas recomendando que evitem pautas positivas a respeito da Copa do Mundo, com o claro objetivo de ajudar a esculhambar um governo democraticamente eleito.

Então é isso. Joga-se mais uma partida desse interminável jogo do você-fez-eu-não-fiz em lugar de deitar uma olhar menos raivoso e rancoroso na busca de melhorar a cultura política do Brasil e, por tabela, construir uma Nação digna deste nome.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Escolhendo o candidato através de seu eleitor

A foto mais comentada da semana foi de um certo Antonio Mahfuz que aparece ao lado de Joaquim Barbosa em Miami e sob cuja foto o tal Antonio acrescentou uma estranhíssima legenda: “Sob a mesma luz que guiava os peregrinos no deserto! Renasce a esperança com o Justiceiro. Thanks God!”

Serviu pra sabermos ao menos de duas coisas:  que o sr Mahfuz é um mega condenado por calotes diversos e que Joaquim Barbosa deveria recolher-se à discrição que sua função exige em lugar de portar-se como um pop star e acabar pagando micos como aparecer sorrindo ao lado de um condenado, categoria de pessoas a quem ele se referiu como "não quer conversinha" e que merecem o ostracismo.

Chama a atenção também a tal legenda que é para mim uma mistura de fé religiosa ( "peregrinos no deserto" e "Thanks God" ) com justiçamento ( "Justiceiro" ) coisas que em principio não deveriam andar juntas.

E junto com tudo isso pude observar que tanto Antonio Mahfuz quanto seus contatos no Facebook chamam JB de Presidente da Republica e como não podia deixar de ser, esculhambam a pessoa do Lula e fazem um leitura totalmente irreal do Programa Mais Médicos. Não fui mais fundo em suas publicações por que não tenho muita paciência com miopia politica.

Não pude deixar de fazer uma conexão entre sr Mahfuz e a legião de Branca Leones que povoa não só o Facebook mas também os espaços para comentários nos portais de noticias e blogs web afora, desferindo todo tipo de baixaria e ofensas contra o atual governo federal, caluniando, difamando ofendendo moralmente a Dilma, o Lula e  todos aqueles que assumam posições em favor de um governo progressista.

Não cabe a mim julgar a personalidade e nem o carater de ninguém por conta de comportamentos isolados, por conta de manifestações pontuais sobre suas preferências políticas. Não é disso que quero falar.

Mas é preciso perguntar: por que pessoas que se parecem muito mais com guerrilheiros do que militantes políticos se descobrem simpáticos ao candidato A ou B?  De onde será que surge a empatia entre esse analfabetos políticos e os candidatos que defendem? Por que muitas dessas pessoas assumem a defesa destes candidatos xingando e agredindo de qualquer jeito os que deles divergem?

Eu se fosse candidato a qualquer coisa e tivesse simpatizantes homofóbicos, racistas, preconceituosos de todo jeito, eu me sentiria constrangido.

Vai daí que mesmo sabendo que esse meu Saúva não é nem um pouco influente e ainda mais que meus leitores e leitoras são raros e poucos, mesmo assim sinto-me a vontade para dizer uma coisa: se você é eleitor ou eleitora, de algum jeito você é um representante de seu candidato mesmo que não de maneira formal. Então nada melhor que cuidar da linguagem, dos argumentos, das reações, e enfim dos comentários, na defesa de suas ideias e daquele que você escolheu para ajudar a eleger.

Um candidato bacana só pode ter um eleitor bacana não é?


domingo, 2 de fevereiro de 2014

O que a mãe do Haddad tem a ver com isso?

Proximo aqui de casa existe um posto de serviço da Prefeitura, o CREAS - Centro De Referencia Especializada De Assistência Social - cuja missão é dar assistencia e acolhimento aos individuos em situação de rua.

As equipes de funcionários deste lugar saem pelas ruas abordando seu publico alvo a fim de, não só, tabular números para estatísticas ( parece que o mundo de hoje não funciona sem gráficos ) mas também encaminhar aquelas pessoas aos albergues e outros serviços públicos.

Este posto também atende aos que o procuram pessoalmente e que geralmente são familiares de dependentes químicos em crise.

É de se supor então que os funcionários deste serviço sejam pessoas minimamente informadas a respeito dos graves problemas sociais que atingem as pessoas em situação de rua e suas quase sempre inevitáveis consequências que são o alcoolismo e o uso de drogas.

De vez em quando eu tenho oportunidade de bater um papo com os colaboradores deste lugar e ontem foi uma dessas vezes. E apenas para provocar uma conversa, perguntei a ele se internamente eles discutiam ou tinham conhecimento da Operação Braços Abertos executada lá na cracolandia.

Para minha surpresa o sujeito disse que não, que não tem conhecimento e que não existem informações internas sobre isso e o que ela sabia era que : " dia destes a Policia Civil foi prender uns traficantes na cracolândia e o fedapê ( ele disse o palavrão completo ) do Haddad achou ruim"

Diante da explicita e gratuita ofensa a Haddad e da subentendida desqualificação da Operação Braços Abertos respondi de bate pronto  dizendo que foi o DENARC e não a "Policia Civil" que havia executado as tais prisões e aproveitei para citar o que disse o traficante Juan Carlos Abadia que "para acabar com o trafico em São Paulo, bastava acabar com o DENARC.", e que, como se sabe, não são poucos os policiais daquele departamento de policia envolvidos com corrupção e subornos de toda natureza junto com traficantes, o que pelo menos em principio desqualifica a ação do DENARC como inquestionável.

Mas isso seria apenas o inicio de nossa conversa que infelizmente foi interrompida neste ponto e o que restou para mim foi a admiração de ver um funcionário da Prefeitura de São Paulo que atua justo em uma área supostamente com fins sociais, e que leva "Assistência Social"  no nome, ter uma visão - talvez se possa dizer que não tem visão nenhuma - tão estreita sobre o grave problema que atinge praticamente todos os indivíduos moradores de rua, e pelo que eu entendi o mesmo não recebeu de seus superiores nenhuma informação/atualização sobre ações da Prefeitura nas outras áreas da cidade.

Fiquei pensando, não sem um certo desapontamento, sobre o tipo de dedicação que esse rapaz aplica ao executar suas tarefas.

Talvez isso seja resultado da terceirização excessiva de serviços da Prefeitura ( ao menos em São Paulo é assim ) em que creches, postos de saúde, serviços sociais, hospitais e muitos outros são entregues a iniciativa privada cujos prestadores do serviço não estão, ou não tem obrigação de estar, comprometidos com o resultado social das ações levadas a cabo mas apenas com números a cumprir devido cláusulas contratuais. 

Não há, parece óbvio, interesse dos administradores contratados em fazerem funcionar as políticas do Prefeito de plantão talvez para não mostrar comprometimento com sua linha ideológica e não sofrer prejuízos financeiros no futuro, quando o o ocupante da Prefeitura mudar e cancelar seus contratos.

Temos assim mais um desastre da política neo liberal do estado mínimo onde, repito, há mais interesse em resultados numéricos - numero de atendidos, numero de matriculados em creches, essas coisas - do que em melhoria da qualidade de vida da população. 

O que resulta em que as atividades sexuais da mãe do prefeito entra na discussão sem o que nem para que.