sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Industria de multas: é possivel viver sem ela?



Lí a noticia, e ela pode ser confirmada aqui , que a arrecadação com multas de transito em São Paulo, já ultrapassa a casa dos 528 milhões de reais.

E fui informado também de que, por força de lei, essa grana toda é utilizada pela CET - que para quem não sabe a CET é o orgão cuidador do transito em São Paulo - na manutenção e modernização da frota de veiculos de serviço, na manutenção e modernização dos equipamentos de sinalização e em campanhas educativas sobre transito.

Bem, afora o susto pelo tamanho da montanha de grana arrecadada que segundo consta é maior até que o orçamento de muitos municipios do Estado, fico assim meio encafifado querendo ter certeza de que a CET tem mesmo interesse em que os motoristas paulistanos sejam exemplos de obediencia das leis de trânsito.

Agora peço licença e convido-os a fazerem junto comigo alguns exercicios simples de matemática. 

Sabendo-se que as multas por infrações chamadas gravissimas custam R$ 191,54 e as chamadas leves custam R$ 85,13 temos, apenas para o nosso exercicio, uma média de valor por infração de R$ 138,35.

Se tomarmos a projeção de arrecadação com multas para o ano calculado em R$ 638 milhões e dividirmos por essa multa média temos uma quantidade de multas lavradas igual à 4.611.993, ou 12.636 multas por dia. Por dia!

Diz o Detran que a frota de veiculos circulando em São Paulo é de 7 milhões de unidade. Se considerarmos próximas da realidade as médias obtidas acima temos que mais da metade - mais da metade ! - dos motoristas paulistanos são multados ao menoss uma vez no ano. Haja má educação ou despreparo para conduzir um veiculo.

Como se vê não parece que está surtindo muito efeito todo o aparato montado pela CET - inclusive suas campanhas educativas - a fim de fazer com que a circulação de veiculos em São Paulo seja feita dentro das regras.

Mas para além desse exercicio o que eu quero dizer é que não é crível que a CET  deseje colocar ordem na casa, que são as ruas da cidade, uma vez que ela vai matar a sua galinha dos ovos de ouro. Ou seja, motorisas bem preparados e educados e sinalização eficiente podem significar uma queda grande nessa arrecadação e a CET viveria de que?

O que dá a entender é que se a CET precisar de mais grana é só multar mais. Simples assim. E em meio a uma necessidade inadiável de gerar mais receitas pode ser que haja excesso de rigor punitivo, ou no minimo um certo desejo de que se cometam infrações. Não pode não?

Mas aproveito e faço uma sugestao. Não seria mais lógico a sobrevivencia financeira da CET estar incluida no orçamento do Municipio? E que ela fosse obrigada a cumprir metas, fazer economia e coisas básicas assim como qualquer outro orgão municipal?

Fiquem em paz

Jonas