quarta-feira, 22 de março de 2017

Tchau querida democracia.

Por estes dias policiais federais andaram se travestindo de fiscais da vigilância sanitária. 

Nem tanto por seus conhecimentos técnicos mas por suas atitudes tais como divulgar coisas gravíssimas a respeito de segurança e higiene de alimentos. Deram pitacos a vontade a respeito da produção e manuseio de carnes em frigoríficos Brasil afora.

O resultado todo mundo sabe. Um fuá danado, multiplicação de mentiras, conclusões apressadas da imprensa e do publico em geral.

Se ficássemos só nisso o mal seria menor. Mas o caso se espalhou pelo mundo todo. Países, nossos compradores de carnes diversas, já avisaram que estão suspensos seus pedidos para o Brasil até segunda ordem. 

Baixada a poeira começa a se esclarecer a lambança e surge a própria PF explicando que as coisas não são bem assim e coisa e tal, e como sempre, a culpa é dos outros. Leia aqui 

E agora como ficam os prejuízos?

Prejuízos de milhões em dinheiro e milhares de empregos que podem ser debitados na conta da PF. A PF que agindo em conluio com MP, PGR, Judiciário já causou a destruição da Petrobras, da engenharia nacional, da industria naval, do programa de submarinos nucleares e sabe lá mais o que.

E ontem o Juiz Moro mandou conduzir coercitivamente o blogueiro "sujo" Eduardo Guimarães que teria vazado  um ano atras a prisão de Lula e portanto, segundo Moro, obstruído a Justiça. 

Vá lá que seja. Vai que o Eduardo fez isso mesmo. Embora certamente ele não seja nem o primeiro e nem o ultimo. 

Mas precisava fazer isso um ano depois !!!!!???? Ele ficou um ano "obstruindo" a justiça??!!

Precisava um ano depois invadir o apto do Eduardo as seis da manhã??? 

( Me intriga esse esquema da PF fazer suas operações logo cedo deste jeito, é sempre assim. Será que pegar o sujeito de pijamas e em jejum faz faz parte da estratégia investigativa? Certamente faz parte do esquema de humilhar o vivente, só pode ser.)

Precisava constranger a esposa e a família toda?

Vão fazer o Eduardo ficar falado no prédio todo? Pra que?

Pra que essa violência, cujo resultado deve ser nenhum na elucidação de coisa alguma?

Eduardo e sua família foram humilhados, terão dificuldades pra superar isso na boa, é possível que fiquem prejudicadas as relações familiares, profissionais e sociais. 

Pra que isso e pra que o "escândalo das carnes podres"??

Dizem que é combate a corrupção. Não é. É a criação de um aparato falsamente moral que vende para a turma do andar de baixo a depuração do pais com a ilusão de que depois deste incêndio renascerá um Brasil límpido e puro como só os falsos moralistas acreditam.

Em nome de uma moralidade fajuta, haja vista o comportamento de figuras que comandam o Brasil nestes dias, a começar por Temer pagando com nosso dinheiro um ridículo churrasco pra embaixadores estrangeiros em uma churrascaria que não vende carne brasileira, passando por seus cinco ministros réus, por um STF cuja presidenta pede demissão com dez meses de antecedência, por Cunha que mesmo preso indica amigos para cargos públicos, uma PF que conta em seus quadros com um contrabandista, indo até Moro que não se constrange em fazer videozinho para seus fãs como se fosse um pop star, em nome da moralidade que não praticam pretendem tornar em ruínas tudo o que se construiu no Brasil tanto como player mundial de destaque bem como exemplo de politicas sociais que tiraram milhões da miséria.

Se é para agirem como moralistas radicais que implantem logo um estado religioso e saiam por ai recitando mandamentos, capítulos e versículos de livros sagrados e não percamos mais tempo em fazer de conta que estamos em uma democracia.



segunda-feira, 21 de setembro de 2015

.... e hoje plantei azaleia

Meu aniversario hoje está sendo comemorado com o recato e a simplicidade que estes tempos bicudos recomendam.

Nem sempre foi assim e não será sempre assim. 

E por conta das circunstancias - hoje é dia de folga, uma velha vontade meio adormecida de cuidar de um jardim e reanimada nos ultimos tempos  - plantei hoje em nosso jardim uma azaleia que recém compramos 
.

A compra do pequeno vaso foi motivada pelo fato de termos uma azaleia plantada em um vaso já há muitos anos, e foram tantos anos que o pequeno arbusto por falta de espaço acabou por morrer, ou esta semi-vivo não sei bem mas o fato é que não deu flores este ano.

Então o projeto era plantar uma azaleia no chão do jardim que é onde as azaleias gostam de estar, para ficarem grandes e florirem como as azaleias costumam ser grandes e floridas.

E enquanto plantava a dita azaleia meus pensamentos voavam, trazendo e levando imagens de bonança e de fartura e ao mesmo tempo de adversidades e escassez, de fim de inverno e de começo de primavera, de quantos fins e recomeços eu já vivi na minha vida. De tantos momentos em que as coisas pareciam estar por um fio e de repente surgiam horizontes largos e ensolarados.

Minhas mãos em concha acomodaram o pequeno pé azaleia no buraco que fiz no chão. 

Fiz isso com a absoluta certeza de que daqui um ano o pequeno pé não caberá, assim inteiro, em minhas mãos, já será quase um arbusto e, tomara, cheio de flores.

E naqueles dias, e um deles será o mesmo de hoje, eu me sentarei em torno da mesa com meus filhos, minha esposa, meus amores todos e brindaremos a vida que nos chega sempre de todos os lados, não embalada em papeis coloridos mas pulsante de amor e carinho, cheia de alegria por nos sabermos amados.

Fiquemos em paz.




quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Quem quer matar a Conceição Oliveira?.

Acabo de ler no Viomundo postagem de Conceição Oliveira, ou Maria Frô, blogueira e ativista incansável na qual ela mostra comentários de um internauta virulentos e ameaçadores postado em seu
- dela - perfil no Facebook.

Com justa razão Conceição Oliveira, enraivecida encaminhou reclamações à administração do Facebook e desta recebeu a resposta padrão de que os tais comentários ameaçadores não violam seus padrões de comunidade.

O sr Facebook, também conhecido como Mark Zuckerberg, trata a todos nós, usuários da rede social, como iguais, não por princípios sociais ou antropologicos mas puramente mercadológicos.

O Facebook como se sabe é uma enorme vitrine em que nós somos os produtos. Ofensores e ofendidos tem o mesmo valor no mercado de venda de informações, ou perfis, local da principal atividade e fonte da montanha de bilhões de dólares arrecadados pelo sr Facebook.

Não há que se esperar, como não se espera de comerciante algum, que o sr Facebook vá retirar de sua vitrine um só produto baseado em códigos subalternos ao capitalismo mais selvagem como a ética, a civilidade, a educação e outros.

O único raso e estranho código moral que o sr Facebook aplica em sua rede social diz respeito à nudez. E digo estranho porque não é fácil imaginar que alguém possa ver na nudez virtual  um risco para seja o que for.

A respeito disto a única coisa que me ocorre é o temor de que o Facebook possa se tornar um território dominado por masturbadores e vá se saber se esse  tipo de individuo tem baixa cotação no mercado de venda de perfis. Não é?

Percebe-se então que quem quer matar Conceição Oliveira e tantos de nos é o capitalismo: pela destruição em massa de códigos de boa conduta, respeito mutuo e civilidade, ausentes  cada vez mais nas redes sociais.

Quem quer matar a Conceição Oliveira e todos nós é o mesmo capitalismo que nos obriga agora a assistir esta insana fuga para a morte dos habitantes dos países do Norte da África.

O sr Facebook parece ter descoberto uma maneira de juntar riquezas promovendo ódios e guerras bem mais eficaz que as guerras fabricadas pela CIA, pois tem a vantagem adicional que suas vitimas nos intervalos de suas dores podem assistir vídeos de gatinhos dançantes, ursinhos carinhosos e débeis mentais em busca de seus minutos de fama.








quinta-feira, 28 de maio de 2015

Pensando sobre partidos politicos

Estive navegando um pouco no site do MBL e lá deixei um comentário. Como não poderia deixar de ser alguns me chamaram de petralha e me mandaram vazar. Welisson foi mais educado e e fez comentário pertinente sobre o que eu disse. Ai abaixo esta minha resposta sobre o comentário dele.


Caro Welisson,

Antes de tudo penso ser necessário lembrarmos da expressão bastante comum " tomar partido ", que significa assumir uma posição, ter uma opinião, juntar-se com iguais à você. Não significa necessariamente torcer por um partido, significa muito mais estar de um lado de uma situação qualquer.

Também acho necessário pensar em quantas vezes tomamos partido no nosso dia-a-dia. 

Por exemplo você é morador de um condominio em que vai haver eleição para sindico. Existem dois ou tres candidatos e por razões que só voce conhece voce prefere apenas um deles e é nele que voce vota.

Você é advogado. Periodicamente existem eleições para a diretoria/ presidencia da OAB. Também existem vários candidatos e por razões que só você conhece você prefere apenas um deles e é nele que você vota.

No clube que voce e sócio haverá votação para a nova diretoria com tres ou quatro concorrentes. Por razões que só voce conhece você escolhe um e vota nele.

Há que se ressaltar o seguinte: nenhum dos candidatos e nenhum de seus eleitores querem o mal daquelas instituições. As candidaturas são motivadas por diferentes razões ( ideias, altruismo, ideologias, etc ) e os eleitores preferem um ou outro por motivos subjetivos (empatia, comunhão de idéias, propositos, etc.) mas em nenhuma das situações há de se dizer que um quer o mal e o outro quer o bem. Isto é um erro tolo.

Pode ser que seus candidatos ganhem nas tres situações, pode ser que não. 

Se na OAB  seu candidato perder você rasgará seu diploma de advogado e deixara de advogar?

Se no condominio seu candidato perder voce muda de prédio?

Acho que não. Acredito que você, mesmo descontente, permanecerá onde vc sempre esteve e mesmo com criticas aos eleitos, entenderá que as regras do jogo são essas, entenderá que  os eleitos trabalharão para o bem do conjunto total de pessoas da entidade que representam. 

Você pode prestar atenção nos erros dos eleitos, colecionar estes erros, e nas proximas eleições ser como um cabo eleitoral do outro candidato e em favor dele divulgar os erros que foram cometidos.

Na administração publica do Brasil e de todos os paises democráticos do mundo as coisas são do mesmo jeito.

Os individuos se unem em torno de algumas idéias e formam um conjunto que em politica se chama partido. Só isto. Não existe mal nos partidos por si mesmos. O mal, se houver, é dos individuos que fazem parte daquele partido. O partido sozinho não é nem bom e nem ruim. O partido sozinho não existe e portanto não serve para nada. 

Intervalo: algumas pessoas andam falando na anulação do registro do PT como partido a fim de se acabar com a corrupção. Besteira. Burrice. Os integrantes corruptos do PT vão formar outro partido. Simples assim. Fim do intervalo.

Por que os partidos politicos  no Brasil andam tão desacreditados? Acho que só um estudo sociólogico, antroplógico e até, por que não, psiquiatrico pode explicar.

Mas eu arrisco um palpite: isto é resultado de uma gradativa, porém efetiva, marginalização da população em geral dos assuntos relativos à administração publica e da politica propriamente dita.

Durante décadas, nós brasileiros, temos andado à margem dos assuntos que implicam diretamente em nossas vidas.

Durantes décadas todos os governos- o PT inclusive - falam e falam em inserção economica e financeira. Mas nao falam em inserção cultural, intelectual e politica.

E digo que não são só os governos. Acrescente-se aí todos os orgãos formadores de opinião em especial a midia, sendo que esta ultima não faz outra coisa senão falar mal do país, todos os dias, o ano todo.

Parece proposital, talvez não seja e seja apenas um movimento natural, que nós - povão em geral - sejamos chamados para decidir o futuro politico da Nação, do Estado e do Municipio apenas nos dia das eleições e depois somos esquecidos. Tem sido assim desde sempre.

E digo esquecido não no que diz respeito a nossa existencia, mas sim ao que pensamos e o que queremos. Ao que de fato sonhamos como seres humanos. Como diz a musica: a gente não quer só comida, quer diversão e arte.

Mas voltemos a pensar na tomada de partido.

Os partidos nascem da diversidade de opiniões. Impossivel imaginar que um pais com quase 200 milhões de habitantes, todo mundo pense do mesmo jeito. Os possibilidades de ideias, projetos, ideologias são infinitas. Partidos nascem disto e nada mais. Mas sempre nascem com um único proposito: melhorar a situação que está colocada. Segundo o ponto de vista dos integrantes de cada partido.

Partidos são o agrupamento de pessoas que tem várias coisas em comum, mas não obrigatoriamente todas as coisas em comum. Estar em um partido não significa perder a visão critica, a capacidade de analisar erros e acertos e falar sobre eles.

Aliás as pessoas que fazem parte de um partido tem muito mais autoridade dalar dele do que os que estao de fora, na medida que estar de fora de um grupo pode significar a tendencia de apenas enxergar erros e nunca virtudes.

Então é assim meu caro. Sou petista desde que me lembro que me tornei um ser minimamente politico. Assim como voce, Wellisson, resolveu abraçar a causa do MBL ou do ROL por razões que só voce conhece e pode defender. E não descartemos a possibilidade dos lideres destes movimentos daqui uns anos de formarem um partido politico.

Não pense que eu acho que esta tudo maravilhoso no Brasil. Tenho criticas. Muitas. Mas sinceramente não vislumbro soluções para nossos problemas na semana que vem, ou no ano que vem, ou na década que vem. Talvez levemos até um século para corrigir nossas falhas. E então novas falhas surgirão.

E não serão culpa exclusiva do PT.



domingo, 24 de maio de 2015

Menino Maluquinho lançará pedra fundamental do Parlashopping

Lá pela década de 80 eu trabalhava no hotel mais bambambam do Brasil cujo lobby era rodeado por lojas que vendiam mimos muito caros, é claro, em especial para os hospedes do hotel, e que se pareciam muito com uma Dutty Free já que naqueles obscuros tempos objetos importados não se achavam em qualquer canto.

Eram tempos de governadores biônicos que, para quem ainda não sabe, foi uma invenção da ditadura para fazer de conta que havia eleição para cargos executivos.

O governador biônico de S Paulo era um hábil fazedor de politica com dinheiro publico. Subornava a Assembleia Legislativa e o Congresso Nacional na maior cara dura distribuindo presentes e medalhas à deputados e senadores sempre com vistas a garantir seu futuro politico cujo projeto incluía ser Presidente da Republica. Mas deixemos isto de lado cuja História a maioria conhece.

O que quero contar é que nas datas nacionais, 7 de setembro ou 15 de novembro, esse tal governador convidava praticamente todo o Congresso Nacional para vir à São Paulo onde fazia farta distribuição de condecorações e homenagens aos excelentíssimos deputados e senadores.

Hospedava todo mundo, inclusive esposas, no hotel bambambam com tudo na faixa, quer dizer tudo por conta da Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo.

Muitos dos senhores políticos e senhoras esposas não se avexavam em arrematar tudo que havia nas lojas do hotel, desde roupas e objetos infantis, até malas, licores, perfumes, cachimbos e obras de arte tudo por conta da Casa Civil. Pareciam uma nuvem de ganfanhotos arrasando tudo que viam pela frente.

E no dia seguinte lá vinha um funcionário da Casa Civil, entrava nos bastidores do hotel, somava as contas e as pagava em cash, sem nenhum questionamento. 

Desde então se passaram algumas décadas e eu nunca mais fui testemunha ocular das farras consumistas dos nobres deputados, senadores e suas esposas. 

E deve ser por inspiração e saudade daqueles bons tempos de consumismo selvagem com dinheiro publico, que o sr Cunha - mui digno presidente da Câmara - acaba de sugerir e aprovar - ainda falta aprovação do Senado - a construção de um shopping center anexo ao Parlamento lugar onde certamente a simples posse de um crachá de parlamentar valerá crédito ilimitado em qualquer uma das suas lojas.

Vale dizer que a construção do shopping contraria a legislação e o plano diretor de Brasília. 

E eis que neste meio tempo caminha por estradas brasileiras compondo uma tal Marcha Pela Liberdade saindo de São Paulo  em direção a Brasília o garoto Kim Kataguiri também conhecido como Jaspion de Indaiatuba ou o Menino Maluquinho ( este apelido surgiu por conta da panela que ele precisou colocar na cabeça pra se proteger da chuva ). E lá em Brasília ele previa uma chegada apoteótica onde seria recebido as portas do Congresso Nacional por todos seus nobres integrantes em especial o cambaleante senador Aécio Neves e seu assessor para qualquer assunto jurídico o deputado Carlos Sampaio.

Estes dois últimos já teriam redigido um novíssimo pedido de impeachment da Dilma e o entregariam ao Menino Maluquinho que, escalando as conchas do Congresso, de lá do alto bradaria um discurso sem pé nem cabeça exibindo a sola gasta de seu Nike exigindo a saída de Dilma agora e já.

Mas deu chabu e o cambaleante senador, chamado de arregão pela reaçada toda, já desistiu - pelo menos esta semana - do impeachment de Dilma.

Então pra não perder a viagem o Menino Maluquinho irá, juntamente com Eduardo Cunha, lançar a pedra fundamental do futuro Parlashopping, quando receberá das mãos do presidente o CongressoCard numero 00000001 ilimitado e vitalício para compras na Lojas Cunha. Já existe inclusive a possibilidade de umas das lojas ancora ser a Agencia de Viagens Maluqinho especializada em viagens a pé.

E la nave va.






domingo, 18 de janeiro de 2015

Os da direita as vezes vão para a esquerda.

Antes de mais nada vamos combinar que "liberdade de expressão" é um pelito predominantemente de esquerda. 

Desde que eu me lembro por gente, e em especial no periodo da ditadura militar - que era de direita - a liberdade de expressão, ou a ausencia dela, foi sempre uma reivindicação da esquerda, ficando o pessoal da direita - ou os simpáticos à ditadura - bastante confortaveis com a censura em jornais, revistas, rádios televisões.

Digo isto para comentar sobre as declarações do Papa Francisco nesta semana, feitas na esteira do atentado que matou chargistas de um semanário francês.

E disse o Papa: “liberdade de expressão não dá o direito de insultar o próximo”. "Não se pode ofender, ou fazer guerra, ou assassinar em nome da própria religião ou em nome de Deus"

Uma declaração bastante coerente com seu cargo de chefe da Igreja Catolica. 

É  uma critica antes de tudo aos chargistas franceses, mas enviada com cópia aos radicais de qualquer religião.

Reparemos ainda que trata-se de uma declaração conservadora, ou de direita, ao limitar a "liberdade de expressão" coisa que muito apraz o pessoal do conservadorismo brasileiro mais tacanho.

Lembremos que Aécio Neves, por exemplo, anda as turras com o Twitter e Facebook e quer por que quer saber nome e endereço de internautas que divulgam noticias negativas a respeito dele. Uma atitude bem ao estilo e gosto do censor mais descarado. 

Mas o espantoso a respeito da declaração papal foi a reação do Chapeleiro Maluco, aquele blogueiro daquela revista que já não consegue mais pagar o aluguel de sua sede, e alguns de seus companheiros de oficio como Guilherme Fiuza e Ricardo Noblat. 

Obcecado por rezar ipsis letteris todas as orações da biblia neo-liberal conservadora o Chapeleiro Maluco comandou um ataque às declarações de Francisco - que parece ter lido só pela metade - e acabou chamando o lider catolico de covarde. Covarde, senhoras e senhores.  E não satisfeto perguntou: " Por que não te calas, Francisco?". Num arremedo pouco criativo do Rei da Espanha ao censurar Chavez - falecido presidente da Venezuela. 

Inspirou-se, como se vê, em pessoa de perfil conservador, ou de direita como podemos dizer.

Confuso como convém aos que espumam raivosamente sobre tudo o que julgam contrário, o Chapeleiro Maluco nem se deu conta de que ele está fazendo com Francisco justamente aquilo que ele supõe existir  nas declarações do religioso: censura.

Não sei se ele se deu conta, mas ele botou um pé do lado esquerdo do debate. Mesmo que de maneira confusa e incoerente, e certamente momentanea, ele acabou defendendo a liberdade de expressão coisa que ele não pratica em seu blog por exemplo, onde diz publicamente que não aceita comentários contrários aos seus textos. 

Conclusão: o Chapeleiro Maluco não sabe o que quer ou, o que seria muito pior que isso, tornou-se incapaz de pensar por sí mesmo.  Não se importa em fazer papel até de esquerdista para defender o que foi mandado fazer: disseminar o pensamento único sempre em favor do conservadorismo da corrente mundial comandada pelo Grande Irmão do Norte e sua infantaria francesa, israelita e inglesa, mesmo que isso signifique matar milhões de inocentes ao redor do mundo.

Pois no fim é disso que trata a declaração do Papa e de muita gente: precisamos nos debruçar sobre a ilimitada liberdade de dizer o que se pensa, pois, já está fartamente comprovado, acaba se misturando com medição de forças. O que, também já sabemos, acaba prejudicando o mais fraco.


quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Ar encanado: um novo produto da Sabesp





Considero importante compartilhar minha experiência com vocês sobre minha conta de água aqui de casa. Quem sabe vocês estejam, como eu estava, até o mês passado pagando por este novo produto da Sabesp: ar encanado.

Tudo começou há uns quatro ou cinco meses atrás quando começaram os cortes de água diários. Notei que o consumo de água exibido na conta aos poucos foi subindo sem nenhuma razão aparente.

A principio pensei como todo mundo: deve haver algum vazamento. E comecei a fazer as observações de praxe: se as torneiras estão fechando direito, se a água da descarga, após o acionamento, era imediatamente reposta ou ficava naquele “chorinho” interminável, colei o ouvido na parede para ouvir possivel agua correndo e outras coisas semelhantes.

Passei também a observar o hidrômetro de entrada da água.  Gravei as marcações a fim de estabelecer médias de consumo por dia e coisa e tal.

E foi assim que descobri que quando a água retorna depois do abastecimento interrompido, o que passa pelo relógio é ar. Muito ar.

Muita gente diz que o hidrômetro não marca passagem de ar. Pois marca. Testemunhei isso visualmente.  A razão pode ser que em função da interrupção do abastecimento o ar toma conta do cano, óbvio. E depois a pressão enorme que tem a água para chegar até minha casa empurra esse ar com tanta força que faz o hidrômetro girar. 

E isso aconteceu dias e dias seguidos.  O consumo aqui de casa chegou aos 25 metros cúbicos em um mês. Consumo de quatro pessoas, que dá uma média de 6,25 metros per capita ou o equivalente a 208 litros ( ! ) por dia, para cada de nós. Um despautério!

Convencido de que era o ar que estava aumentando o consumo passei a fechar a entrada de água todos os dias no horário em que habitualmente é cortada, às 15 horas, e só reabrindo às 07 horas da manhã seguinte, com o cuidado de observar se havia água entrando pela tubulação e não ar.

Depois de trinta dias neste processo chegou a conta deste mês. Dos 25 metros cúbicos “consumidos” no mês passado, passamos para 14 metros cúbicos este mês.

Em dinheiro isto significou reduzir a conta de R$ 151,94 mês passado para R$ 56,14 neste mês! Com o abono o valor liquido é de R$ 42,01.

Algo em torno de R$ 100,00 a menos. 

Mês passado eu paguei R$ 100,00 por um ar que não pedi.

Alguém ainda pode alegar vazamentos na rede de minha casa. Mas já pensaram em um vazamento com o tamanho de 11 metros cubicos, ou 11.000 litros de água em um mês? São mais de 350 litros de água por dia ! Definitivamente não é vazamento.

E antes que perguntem já informo: não, não mudamos nossos hábitos de consumo de água aqui em casa. Claro que estamos nos preparando para isso, se é que vai adiantar alguma coisa no futuro próximo quando hábitos de consumo não servirão para nada, uma vez que não haverá agua para consumir. 

Então fica a dica. E se algum de vocês, meus raros e caros leitores e leitoras, conhecerem alguém da Sabesp para fazer comentários sobre isso eu gostaria de saber.

Talve não tenha nada uma coisa a ver com outra. Mas aproveito para recomendar o excelente texto de Eduardo Guimares em seu Blog da Cidadania, com algumas informações que servem como complemento para todo esse perrengue que todos nós estamos passando.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A falta d´agua, as ciclovias e a cidadania seletiva

Dois assuntos que dizem respeito diretamente ao cotidiano dos moradores da cidade de São Paulo estão recebendo tratamentos diferentes: o primeiro é a falta d´agua e o segundo a implantação de ciclovias em várias regiões da cidade. 

Os debates sobre os dois devem, ou deveriam, ter a mesma abordagem que é a de que convivência em uma cidade das proporções de São Paulo exige de cada um a compreensão de que os atos dos indivíduos interferem no coletivo e vice-versa ou, falando mais claramente há que se ter presente que pouco se tem de individualismo no cotidiano de uma metrópole como esta.

Este senso do coletivo, ou da ausência do individualismo, fica muito claro no debate sobre a falta de água. É bem comum ouvir de todas as pessoas que é preciso economizar água pois existe a sensação de um eminente e incontornável racionamento. E isto é louvável. A cultura da economia em qualquer consumo é justa e necessária. 

Porém nem de longe as pessoas que eu escuto criticam o poder publico e sua falta de previdência em construir a infra estrutura necessária para atender o consumo sempre crescente (inercialmente) da água e que é, além disso,  sempre pontuado de períodos de estiagem.

A população em geral já assumiu a responsabilidade no abastecimento de água e já aceita com aparente resignação o racionamento que mais dia menos dia há de chegar. O que revela cidadania e solidariedade.

O oposto acontece com o debate sobre as ciclovias. Deitando-se o mesmo olhar da coletividade sobre a cidade percebe-se que o uso do automóvel particular para locomoção já deixou de ser há muito tempo a solução de mobilidade.

O automóvel além de poluir ar e fazer barulho, custar dinheiro para sua manutenção, é quase uma arma de guerra a matar e mutilar milhares de pessoas todos os anos. Acrescente-se que congestiona as ruas, exige uma infra estrutura gigante (conservação de ruas e avenidas, sinalização, fiscalização, etc) para permitir a circulação dos dito cujos. E é diante disto que uma das proposta da atual administração é estimular o uso de bicicletas como instrumento importante de transporte.

 Entre as ultimas administrações publicas desta cidade pouco ou nada se fez em favor do transporte coletivo, estimulando o uso do automóvel particular. E é este entendimento de que o automóvel particular  é o melhor meio de transporte que fez o paulistano esquecer do coletivo e pensar apenas no individual. 

É o que se vê nos protestos de muitas pessoas contrárias às ciclovias pois sentem-se incomodadas na sua individualidade para estacionar onde querem, ou circularem nas ruas que antes dominavam com seus carros.

Diferentemente portanto do pensamento de que a falta de água é um transtorno a ser evitado ou minimizado por todos, a alternativa de um transporte mais barato, menos poluidor e que provoca menos congestionamentos não desperta a mesma solidariedade.

Por que será?

A resposta pode estar em argumentos usados pelos contrários das ciclovias que citam a cor vermelha com que são pintadas as ciclovias uma mensagem subliminar do PT, partido que governa o município. Argumentos obtusos como esse somam-se aos de que o prefeito deve antes de implantar as tais ciclovias consultar se os usuários de automóveis estão de acordo, como se a cada ação do prefeito ele devesse antes consultar  população  e assim ele passaria todos os seus dias em meio a debates sem fazer mais nada.

Já o abastecimento de água que esta sob responsabilidade do governo estadual que, estranha coincidência, é do PSDB o que se vê é uma corrente totalmente a favor de rezar, torcer e economizar para que essa crise passe logo.

O ódio disseminado contra o PT resultou nisso: não importam mais a busca de soluções para diminuir os problemas da cidade. Importa apenas é saber de onde vem a solução para  os perrengues: se forem do PT um abraço. Se forem do PSDB ok vamos contornar isso.

PT e PSDB passarão mas a cidade ficará. E se não tomarmos cuidado agora, no futuro sequer conseguiremos tirar nossos carros das garagens dado que os congestionamentos já estarão em nossas portas e não nos restará outra coisa senão voltarmos pra dentro de casa e, pra aliviar a tensão, tomarmos um bom banho de água mineral. Da Nestlé.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Pra que serve o registro de pesquisa eleitoral no TSE?

Pra que serve o registro de pesquisa eleitoral no TSE? Pelo visto parece não servir pra nada.

Toda vez que pesquisas eleitorais são divulgadas, divulga-se junto o número sob o qual a tal pesquisa esta registrada no TSE. Esse numero dá assim um ar de lisura nas sondagens, sugerindo que aquilo foi auditado pelo TSE que, supostamente, pode impugnar a pesquisa caso esteja em desacordo com critérios preestabelecidos e logicamente  sua divulgação deve também  ser fiscalizada.

Só que não.

Vejam o que se lê no site do TSE ( aqui ): " salienta-se que a Justiça Eleitoral não realiza qualquer controle prévio sobre o resultado das pesquisas, tampouco gerencia ou cuida de sua divulgação, atuando conforme provocada por meio de representação."
 Quando vejo o TSE tão zeloso na criação de regras de campanhas eleitorais como por exemplo proibir distribuição de brindes ou showmícios, ou uma rigorosa observação de prazos, datas, tempos em TV etc, entendo que a legislação eleitoral quer dar oportunidades iguais a todos não permitindo que aqueles com maior poder econômico levem vantagem na disputa.  Tudo bem.

Mas e as pesquisas? Por que estas não são vistas como instrumentos que possam dar vantagem para este ou aquele candidato e influenciar o eleitorado? Pesquisas custam caro, são encomendadas sempre pelas mesmas pessoas jurídicas - a saber: Veja, Folha, Globo e Estadão - e podem sim ter seu modus operandi manipulado e sua divulgação feita de acordo com o desejo do freguês.

Digo isto por conta do que se pode perceber na confecção e divulgação da ultima pesquisa do IBOPE encomendada pela Globo e Estadão e por estes divulgadas no dia 26 passado.

De começo vejam que a publicação da pesquisa esta feita de duas formas diferentes pela mesma Globo ( aqui e aqui ), dando a entender que uma é separada da outra , porém ao que parece uma é subproduto da outra já que a pesquisa nacional esta colada na estadual e vice versa, ou seja, tudo junto e misturado.

Pergunta um: se é uma pesquisa nacional por que o destaque para apenas 5 estados?

Pergunta dois: por que no Estado de São Paulo com uma população muito maior que a de Pernambuco, foi entrevistada a mesma quantidade de eleitores: 1512? E nos demais estados quantidades diferentes?

Pergunta três: por que a margem de erro varia de 2 a 3 por cento de um Estado para outro?

Pergunta quatro: sendo apenas uma pesquisa estadual quais os critérios utilizados para escolher os Estados a serem pesquisados?

É verdade que pode haver alguma explicação técnica para tudo isso. E é verdade também que alguém pode dizer que se houvesse segundas intenções nestas publicações não seriam assim tão perceptíveis.

Mas enquanto eu escrevo isto a candidata Marina esta lá no Jornal Nacional explicando que o uso do tal avião fantasma usado para transporta-la e ao falecido candidato Eduardo Campos foi um empréstimo dos donos do jato  a ser pago no final da campanha e devidamente declarado na prestação de contas.

Mas vejam vocês: empréstimo não se paga. O que se paga são contratos, locações, vendas, leasings, etc.. Se vai ser pago tinha que estar na prestação prévia de contas.

Assim como no caso das pesquisas a resposta de Marina pode parecer transparente, satisfatória. Mas esconde sim equívocos e até mesmo um crime eleitoral.

E se eu, um pacato cidadão sem poder algum , consigo enxergar estas coisas, e partilho minhas duvidas com meus caros e raros leitores, por que o TSE com todo o poder que tem fica sentado esperando que alguém vá provoca-lo para esclarecer métodos de pesquisa e uso de jatinhos em campanha?





quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Bonner, um jornalista opinativo


montagem original do 247
O quiproquó blogosferico da semana ficou por conta da incapacidade de William Bonner de lidar com o contraditório a respeito das criticas sobre seu comportamento e da sua colega de bancada do JN, Patricia Poeta,  na segunda feira desta semana quando os dois entrevistaram Dilma Rousseff.

A diferença entre as criticas de internautas e de gente especializada no assunto com a defesa de Bonner, é que as criticas são baseadas em cálculos matemáticos a respeito do tempo das falas de cada um, das interrupções das respostas e do dedo em riste para a presidente. Tudo sempre prejudicial a Dilma. E a defesa de Bonner faz o famoso nivelamento por baixo, muito comum entre quem não tem argumentos, chamando aos insatisfeitos de corruptos, de robôs partidários, etc.

O que se vê em suas respostas é a sua confusão entre informar e opinar.

Talvez Bonner tenha se esquecido, se é que algum dia teve certeza, que espectadores de telejornais e leitores de jornais e revistas buscam primordialmente informação e não opinião.

Chamando a si mesmo de jornalista incisivo ele se auto atribui uma espécie de direito de dar golpes na entrevistada, parecendo muito mais um inquisidor em busca de alguma confissão do que um entrevistador querendo prestar algum serviço aos seus espectadores.

Bonner e seus colegas de profissão deveriam se esmerar em passar a informação da maneira mais isenta e mais próxima da verdade possível. Inclusive sem caras e bocas e sem tons fúnebres de voz.

Ao adotar esse caráter incisivo na entrevista o que ele fez foi pouco se lixar para o que pensa a entrevistada e passou a exibir o que ele pensa, ou quem o paga pensa, não economizando esforços para constrange-la de maneira premeditada com o inequívoco propósito de carimbar em Dilma um comportamento leniente com a corrupção, assunto que ele propositadamente manteve na entrevista em toda a primeira metade do tempo de apenas 15 minutos.

Quando Bonner ou seus colegas de profissão agem de forma a não permitir a divulgação da verdade, e verdade aqui é a opinião da candidata, ele comete um crime muito parecido com o estelionato em que o criminoso faz de tudo para dar um ar legal e normal às suas artimanhas com o descarado propósito de lesar o outro, e o outro aqui é o telespectador.

Sim sr Bonner o lesado maior aqui é o telespectador, o eleitor e por fim o país. Obrigado, por nada, por mais este desserviço ao Brasil.

Bonner ludibriou, dissimulou e impediu que os pensamentos de Dilma viessem a publico para que o publico possa tomar sua decisão livremente sem ser influenciado por sua opinião.

No que me diz respeito Bonner perde seu tempo, jamais vou comprar seu peixe.



domingo, 17 de agosto de 2014

Filhos: quem é que desistiu do Brasil?


Olhando para esta foto vemos filhos no velório do pai ou recrutas recém convocados para uma guerra? Os tão criticados punhos cerrados pelos colunistas empregados da mídia familiar, de Zé Dirceu e Genoino eram o que mesmo?
 
Para mim foi um espanto ver no velório de Eduardo Campos os filhos dele usando camisetas amarelas estampadas com a frase "não vamos desistir do Brasil".

Não posso cometer a ousadia, ou o desrespeito, de duvidar da dor sincera cravada no peito daqueles jovens por essa perda trágica do pai. Mas há que se notar que se misturou alhos com bugalhos.

O que poderia ser a oportunidade de uma manifestação de amor intimo, familiar, filial tornou-se uma exibição política.

Um contraste brutal e inconveniente com o vídeo realizado por estes mesmos jovens no ultimo dia dos país, no qual o projeto e a política de Campos sequer é citado.

Mas bastou morrer para que magicamente o ponto central de sua existência  passe a ser a política e não sua dedicação e amor paternos.

E já que é pra racionalizar estou tentando entender a frase das camisetas. A quem ela é dirigida?

Aos próprios filhos que tomados de alguma espécie de arrependimento tardio confessam ao pai que desistem das sua intenções de se mudarem pra Suíça?  Brincadeira minha.

Mas será que existem milhões de brasileiros arrumando as malas para irem embora do Brasil? Não me parece.

Muito menos tenho percebido a população desistindo de seus afazeres, seus compromissos, suas obrigações, o que equivale dizer que quando o conjunto da população cuida de suas coisas indica que o país continua funcionando, não vai parar e nem ninguém dele desistiu.

Resume-se que esta é apenas uma frase que, segundo alguns colunistas da direita raivosa e sem voto, pode significar a tentativa de convencer a parcela de eleitores que dizem que vão votar em branco ou anular seus votos a aderirem, agora, a campanha para Marina.

Se entre aqueles que praticam a política, os chamados políticos, nem sempre há espaço para a razão e o purismo, entre os eleitores que observam minimamente os lances da campanha, pode ser exatamente o contrário e o que as vezes pode ser chamado de pragmatismo político acaba tendo o nome de oportunismo.

Há uma pergunta para ser feita: Eduardo Campos gostaria disso? Já que agora seus auto denominados herdeiros políticos estão se pendurando em uma frase dita por ele no meio de sua campanha, é bom lembrar que ele abrigou Marina em seu partido talvez justamente para anula-la.

Não fosse assim Campos não teria aceitado de maneira tão passiva que Marina declarasse varias vezes que sua filiação ao PSB era temporária. Neste gesto ambos se diziam: fica na sua sua, que eu fico na minha. Como entender agora que esta é herdeira política daquele.

Essa esperança novamente acesa na oposição de que haverá segundo turno nas eleições pode na verdade resultar em um empate no segundo lugar  entre Aécio e Marina, aquele caindo nas intenções de voto e esta subindo mas não o suficiente para impedir um resultado definitivo favorável a Dilma, e causando assim o enterro - simbólico e sem frases de efeito - do PSDB  e fazendo Marina e sua REDE repensarem seu modo de fazer política, bastante dúbio até agora.

A morte de Campos não revela um Brasil que esta desistindo de si mesmo, antes pelo contrario pode revelar um Brasil avesso aos conchavos, contrario aos oportunismos e a uma mal disfarçada hipocrisia que parece querer reafirmar a desprezível pratica de que os fins justificam os meios. 

Deste Brasil eu não desisti.




sábado, 9 de agosto de 2014

A Republica de joelhos diante da midia

Desesperada por apoiar uma oposição que mais uma vez parece não ter chance de ganhar as eleições para o Planalto, a midia retoma o habito de criar factoides com vistas a alavancar as possibilidades de seus ungidos. 

E nesta semana que esta acabando veio aquela revista da qual não se diz o nome com um filmezinho grotesco gravado não se sabe como e nem por quem com o propósito de denunciar o que até os taxistas do ponto do Congresso Nacional sabem: convocados para depor em uma CPI  são, antes de comparecer ao interrogatório,  sabatinados e orientados sobre o que deverão responder.

E na sexta feira O Globo anunciou que dois de seus empregados - Miriam Leitão e Sardenberg - tiveram seus perfis no Wikipedia alterados com informações, digamos assim, pouco abonadoras aos ditos empregados. E como sinal dos fins dos tempos essas alterações teriam sido feitas em computadores do Palácio do Planalto.

Em ambos os casos a intenção da mídia é indiscutível: colocar Dilma no meio de fofocas, como se fosse uma reles difamadora, como se tivesse muito medo do embate político e tivesse que recorrer as expedientes toscos, infantis e nem um pouco eficazes.

Até parece que a Presidente não tem mais o que fazer e passa horas com seus auxiliares tramando bobagens ao invés de fazer o que faz de fato que é governar um pais com a complexidade que o Brasil tem.

Há que se entender que essas coisas saiam das salas dos editores dessas coisas chamadas órgãos de informação, dado que os empregados destes grandes veículos precisam manter seus empregos e, como se sabe, empregado que não agrada o patrão vai pra rua.

Mas o que é espantoso é representantes do topo da hierarquia da Republica virem a publico com caras consternadas dizendo que essas coisas precisam ser investigadas e atribuindo a elas adjetivos que não tem.

No caso da revista da qual não se diz o nome e seu filmezinho tosco veio o Presidente do Congresso, o Presidente do Congresso senhoras e senhores!, como que a valorizar a idiotice publicada em um veiculo que em sua maior parte só publica idiotices e dizer com cara muito séria que o episódio será investigado e coisa e tal. Este tipo de declaração dá valor, queira-se ou não, ao fato.

Já com relação aos empregados da Globo a coisa ficou muito pior. O próprio chefe do Gabinete da Republica apareceu dando adjetivos como gravíssimo  e abominável a alteração dos perfis. E como se não tivesse ficado suficientemente clara a submissão da Republica veio a Presidente da Republica dizer que isto é inadmissível.

Talvez sejam coisas que mereçam mesmo ser investigadas e que aqui e ali possam ser chamadas de abomináveis ou inadmissíveis. Mas essas coisas não precisam ser ditas por quem as disse. Poderiam enviar o Chefe de Informática, o Chefe da Segurança, sei lá se existem essas figuras, mas pessoas do terceiro ou quarto escalão a dizer que ok, essas coisas serão investigadas e os responsáveis punidos.

E daqui uma semana apresentar a cabeça do idiota que fez isso e coloca-lo na rua. Só isso.

O que não pode é a Presidente se dar ao desfrute de interromper seus afazeres pra se preocupar com neguinho que gosta de zuar na WEB. Falei? Fica dando lenha pros alucinados da oposição colocaram na fogueira.

Quando o escalão mais alto da Republica fica dando explicações para os devaneios e armadilhas plantadas pelos empregados da grande mídia, fica a impressão da submissão, ou do medo, ou da valorização de coisas que não devem ser valorizadas.

PS: e reparem neste link e vejam, a quantidade enorme de alterações em perfis da Wikipedia feitas no IP em questão. Perder tempo com alterações nos perfis dos empregados da Globo é dar asas as cobras.






terça-feira, 5 de agosto de 2014

Candidatos da oposição precisam explicar melhor

Costuma-se dizer que em período eleitoral vale tudo. Já faz parte do folclore candidatos fazerem promessas e mais promessas como que atendendo apenas a uma liturgia do processo e pouco interessa se são promessas possíveis de serem cumpridas.

Paralelo a isso tem as fotos. Já notaram que os risos para a pose das fotos estão cada vez menos espontâneos  e já beirando o cinismo? Ou histeria sei lá. Qual o objetivo concreto destes risos? Alguém já explicou? Já passou da hora de os marqueteiros orientarem seus clientes-candidatos que basta posarem com uma expressão normal, comum. Não precisa arreganhar os dentes e mostrar um riso totalmente fora de hora e de lugar. O que é que vocês meus caros e raros leitores e leitoras pensam de pessoas que vivem rindo? As vezes uma cara séria traz mais resultados que um riso idiota.

Mas voltemos as promessas e lembro que dias atrás tanto Aécio quanto Campos estiveram em uma espécie de sabatina na CNI e prometeram, os dois de maneira idêntica, que vão começar a agir ( trabalhar?) já no dia da posse. Wonderful. Alguém poderia dizer a estes dois que sim ! é de se esperar que um presidente trabalhe do primeiro ao ultimo dia de seu mandato - e mesmo de férias um cargo destes não permite descanso? . Ou será que imaginam que nós aqui deste lado vamos compreender que no primeiro dia será apenas o rega-bofe, no segundo a cura da ressaca, no terceiro saber em que sala vai trabalhar, no quarto tomar pé das coisas, no quinto reunir-se com auxiliares, no sexto descansar por que ninguém de ferro.....?

Agora vejamos uma das promessas de Campos. Diz ele que vai implantar período integral  nas escolas de ensino do primeiro grau, e também implantará o passe livre para todos os estudantes. A conta pra isso gira em torno dos 125 bilhões de reais segundo ele mesmo.

Em que pese Eduardo Campos não explicar como vai arranjar essa verba - na cabeça dele parece que o governo tem um espécie de cheque especial e que basta ir gastando e depois da um jeito de pagar. Ou talvez ele pense, e isso seria um desastre, que o Presidente da Republica tem a chave da sala da impressora da Casa da Moeda. Vai ver que ele desconhece uma coisa chamada LEI DAS DIRETRIZES ORÇAMENTARIAS. Mas deixemos isso de lado.

Há que pensar que as escolas publicas de hoje - a grande maioria - tem dois turnos, um de manhã e um de tarde. Há que se pensar também que os dois turnos ocupam, cada um por sua vez, a capacidade máxima de alunos da escola. Pergunta-se: como Campos vai juntar por exemplo 250 alunos do período da manhã com mais os 250 da tarde e colocar os 500 ocupando o mesmo espaço?

E segue outra pergunta: os alunos passarão o dia dentro da sala de aula? Não deve ser recomendável e nem produtivo. Pensar-se-á ( arrg desculpem ) em atividades, mesmo que educativas, que fujam do currículo tradicional da matemática-português-história-geografia. Coisas como esportes - vários -. musica, teatro, dança, informática, fotografia, etc.. Já existem instalações físicas pra isso? Já existem materiais e equipamentos para isso?

Mais uma pergunta: e os professores, treinadores, coordenadores, orientadores e tudo o mais para estas atividades? Existem em quantidade suficiente no mercado?

Quanto tempo demoraria a adaptação dos prédios, a compra de materiais e equipamentos e a contratação de profissionais para um trabalho desta envergadura? Eduardo não diz.

Saiamos de Campos e voemos ( sem trocadilhos, por favor ) para Aécio. O senador mineiro encarnou na redução da quantidade de Ministérios e na reforma tributaria. Wonderful again. Porém, em relação aos Ministérios que ele diz que vai reduzir, uma boa parte deles existe por conta de uma realidade que está mais que escancarada na nossa política desde que inventaram as coligações: acontece sim, queiramos ou não, um loteamento dos ministérios para os partidos que ajudaram a eleger o presidente. Negociam- se Ministérios como se negocia tempo na TV. É fato.

A não ser que Aécio pense que é um Collor - que achou que poderia governar o pais sem fazer política e deu no que deu - ele precisa lembrar que ele concorrerá com uma coligação e, se eleito, vai ter que pagar a fatura do apoio. A redução de Ministérios poderá vir a ser uma realidade algum dia se ANTES houver uma reforma política. Sem isso não há jeito. Não vejo em seu discurso nenhum encaminhamento de proposta para essa reforma. Claro isso não dá votos entre seus correligionários e nem conquista a confiança deles.

E, convenhamos, nesta historia de reduzir Ministérios, se ela acontecer, vai ser apenas uma redução de Ministros, pois as estruturas e funcionários de cada um serão realocados para outras áreas. O máximo que Aécio conseguiria era reduzir a conta do cafezinho nas reunião gerais com a Presidência. 

Quanto a reforma tributaria antes ele vai precisar combinar com prefeitos e governadores. Sabidamente uma grande parcela dos impostos brasileiros pertence aos Estados (ICMS) e Prefeituras (ISS) Será que ele vai ter cacife político pra isso? Olha aí a tal da política outra vez. Aécio deve estar esquecendo a "guerra" da redução das tarifas de energia elétrica na qual os governos do PSDB foram os principais protagonistas contrários às reduções propostas pelo governo federal. Se Aécio esta propondo uma reforma tributaria apenas em tributos federais, é melhor ele mudar de assunto, que isso não vai dar em nada. A fatura da redução de impostos precisa ser dividida por todos.

Então é isso. De maneira simples e modesta espero ter contribuído para demonstrar que promessas de palanque e risos em fotos nem sempre são soluções concretas.